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Luto nacional na Nova Zelândia pela morte de 29 mineiros

"Estava na mina quando tudo aconteceu e a explosão foi terrível", disse o chefe de polícia local

John Key, primeiro-ministro da Nova Zelândia, em anúncio sobre a morte dos 29 mineiros (Hagen Hopkins/Getty Images)

John Key, primeiro-ministro da Nova Zelândia, em anúncio sobre a morte dos 29 mineiros (Hagen Hopkins/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de novembro de 2010 às 09h06.

Greymouth, Nova Zelândia - O governo da Nova Zelândia decretou luto nacional nesta quarta-feira, depois que uma segunda explosão registrada na mina onde 29 trabalhadores estavam presos desde sexta-feira acabou com as esperanças de encontrar sobreviventes.

O primeiro-ministro da Nova Zelândia, John Key, afirmou que o país está de luto.

"É uma tragédia nacional. Somos uma nação de luto", disse Key em uma entrevista coletiva.

O comandante da polícia, Gary Knowles, que também coordenava as tentativas de resgate, anunciou a segunda explosão na mina, que segundo ele foi "extremamente violenta".

"Infelizmente devo anunciar aos neozelandeses que aconteceu outra explosão, muito violenta, hoje às 14H37 (23H37 de Brasília, terça-feira), sob a terra, e que devido a esta explosão ninguém sobreviveu", declarou Knowles.

"Com base na opinião dos especialistas, pensamos que ninguém sobreviveu, que todos faleceram", afirmou.

"Todos morreram e agora iniciamos a fase de recuperação dos corpos".

"Estava na mina quando tudo aconteceu e a explosão foi terrível", completou o chefe de polícia.


As famílias dos mineiros, desesperadas, deixaram a área da mina depois de uma reunião com as autoridades na qual receberam a notícia trágica.

Segundo o prefeito do condado, Tony Kokshoorn, os parentes choraram, gritaram e alguns chegaram a desmaiar após o anúncio da explosão.

"Não posso acreditar. Esta é a página mais negra na história da costa oeste (região da mina). Nada pode ser pior", disse.

Alguns familiares "amaldiçoaram" as autoridades que deram a notícia, segundo Lawrie Drew, que perdeu o filho Zen, de 21 anos, na tragédia.

Ele agradeceu ao diretor da mina e ao chefe de polícia, mas afirmou que as equipes de resgate poderiam ter entrado na mina logo após a primeira explosão, na sexta-feira.

"A única coisa que pode tornar isto ainda pior é saber que estavam vivos depois da primeira explosão", declarou ao canal Sky News.

Desde a primeira explosão de gás, na sexta-feira passada, as autoridades não conseguiram estabelecer contato com os trabalhadores da mina de carvão de Pike River, situada na costa oeste da Ilha do Sul da Nova Zelândia.

As vítimas, com idades entre 17 e 62 anos, eram 24 neozelandeses, dois australianos, dois britânicos e um sul-africano.

Dois mineros conseguiram deixar a mina após a primeira explosão.

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