O presidente Lula pediu que haja uma regulação global da inteligência artificial, para que ela tenha "a cara do Sul global", e mudanças profundas no funcionamento da ONU, em discurso na abertura da Assembleia-Geral da entidade, em Nova York.
Lula defendeu que a inteligência artificial não seja controlada por poucas empresas, e que os países precisam ter formas de definir os rumos da tecnologia, com a criação de um fórum internacional.
"Na área de Inteligência Artificial, vivenciamos a consolidação de assimetrias que levam a um verdadeiro oligopólio do saber. Avança a concentração sem precedentes nas mãos de um pequeno número de pessoas e de empresas, sediadas em um número ainda menor de países", disse Lula.
"Interessa-nos uma Inteligência Artificial emancipadora, que também tenha a cara do Sul Global e que fortaleça a diversidade cultural. Que respeite os direitos humanos, proteja dados pessoais e promova a integridade da informação. E, sobretudo, que seja ferramenta para a paz, não para a guerra. Necessitamos de uma governança intergovernamental da inteligência artificial, em que todos os Estados tenham assento", afirmou.
Lula foi o primeiro líder de um país a discursar na abertura da 79ª Assembleia-Geral da ONU, em Nova York. O encontro anual reúne presidentes, primeiros-ministros e outros chefes de estado e governo de boa parte dos países do mundo. Por tradição, o presidente brasileiro sempre é o primeiro líder estrangeiro a falar no encontro.
O presidente defendeu ainda mudanças no funcionamento da ONU. "A exclusao da América Latina e da África do Conselho de Segurança é um eco inaceitável do passado de dominação colonial. Vamos promover essa discussão de forma transparente, em fóruns como o G77 e o G20. Não tenho ilusões sobre a complexidade de uma reforma como esta. Mas esta é nossa responsabilidade. Não podemos esperar uma tragédia como a Segunda Guerra Mundial para reconstruir as instituições", disse.
Ainda nesta terça, 24, Lula deve se encontrar com Pedro Sánchez, premiê da Espanha, e Emmanuel Macron, presidente da França.
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Cupula do Futuro - Assembleia Geral da ONU - Lula -Presidente Luis Inacio Lula da Silva
Foto: Leandro Fonseca
Data: 22/09/2024
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Mulheres Negras no evento do Pacto Global na ONU de NY
Foto: Leandro Fonseca
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Data: 22/09/2024
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data: 19/09/2024
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Leandro Faria - CBA
Foto: Leandro Fonseca
Data: 20/09/2024
(Leandro Faria - CBAFoto: Leandro FonsecaData: 20/09/2024)
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Mulheres Negras no evento do Pacto Global na ONU de NY
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data: 19/09/2024
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Antonio Guterres, secretário-geral da ONU, durante a Cúpula do Futuro
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Sede da ONU em Nova Yorque - Bandeira das nações Unidas
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Sede da ONU em Nova Yorque - Bandeira das nações Unidas
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Mulheres Negras no evento do Pacto Global na ONU de NY
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Mulheres Negras no evento do Pacto Global na ONU de NY
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O presidente Lula, no plenário da sede da ONU, em Nova York
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Cupula do Futuro - Assembleia Geral da ONU - Lula -Presidente Luis Inacio Lula da Silva
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Data: 22/09/2024
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Mulheres Negras no evento do Pacto Global na ONU de NY
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data: 19/09/2024
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Cupula do Futuro - Assembleia Geral da ONU - Lula -Presidente Luis Inacio Lula da Silva
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Data: 22/09/2024
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Cupula do Futuro - Assembleia Geral da ONU - Lula -Presidente Luis Inacio Lula da Silva
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O preis
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Cupula do Futuro - Assembleia Geral da ONU - Marina Silva- Janja
Foto: Leandro Fonseca
Data: 22/09/2024
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Cupula do Futuro - Assembleia Geral da ONU - Marina Silva - Janja
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Cupula do Futuro - Assembleia Geral da ONU - Lula -
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Data: 22/09/2024
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Cupula do Futuro - Assembleia Geral da ONU - Lula - Janja - Marina Silva
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Cupula do Futuro na Plenaria da ONU
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Data: 22/09/2024
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Flavia Bellaguarada
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Data: 18/09/2024
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Cupula do Futuro na Plenaria da ONU
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Data: 22/09/2024
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Mulheres Negras no evento do Pacto Global na ONU de NY
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Cupula do Futuro na Plenaria da ONU
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Mulheres Negras no evento do Pacto Global na ONU de NY
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Cupula do Futuro - Assembleia Geral da ONU - Lula - Janja
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Data: 22/09/2024
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Mulheres Negras no evento do Pacto Global na ONU de NY
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Mulheres em evento do Pacto Global na ONU em NY
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Data: 20/09/2024
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Cintia Marin, diretora de sustentabilidade da AFYA na sede da ONU em NY no evento do Pacto Global Brasil
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Mulheres Negras no evento do Pacto Global na ONU de NY
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Cintia Marin, diretora de sustentabilidade da AFYA na sede da ONU em NY no evento do Pacto Global Brasil
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Renata Faber mediandora e Cintia Marin, diretora de sustentabilidade da AFYA na sede da ONU em NY no evento do Pacto Global Brasil
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Data: 20/09/2024
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Renata Faber mediandora e Cintia Marin, diretora de sustentabilidade da AFYA na sede da ONU em NY no evento do Pacto Global Brasil
Foto: Leandro Fonseca
Data: 20/09/2024
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Renata Faber mediandora e Cintia Marin, diretora de sustentabilidade da AFYA na sede da ONU em NY no evento do Pacto Global Brasil
Foto: Leandro Fonseca
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(Fernando de Lellis Garcia Bertolucci - 1)
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Mulheres Negras no evento do Pacto Global na ONU de NY
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Luciana Costa - BNDS
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(Luciana Costa - BNDSFoto: Leandro FonsecaData: 18/09/2024)
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Margarete Coelho - diretora financeira e administrativa do SEBRAE Nacional
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Margarete Coelho - diretora financeira e administrativa do SEBRAE Nacional
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Margarete Coelho - diretora financeira e administrativa do SEBRAE Nacional
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Ministro Luis Roberto Barroso, Presidente do Supremo Tribunal Federal do Brasil na sede da ONU em evento do Pacto Global
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Data: 20/09/2024
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Mulheres Negras no evento do Pacto Global na ONU de NY
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Mulheres Negras no evento do Pacto Global na ONU de NY
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Mulheres Negras no evento do Pacto Global na ONU de NY
Foto: Leandro Fonseca
data: 19/09/2024
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Mulheres Negras no evento do Pacto Global na ONU de NY
Foto: Leandro Fonseca
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Mulheres Negras no evento do Pacto Global na ONU de NY
Foto: Leandro Fonseca
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Mulheres Negras no evento do Pacto Global na ONU de NY
Foto: Leandro Fonseca
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Flavia Bellaguarada
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Data: 18/09/2024
(; Leandro FonsecaData: 18/09/2024)
Década perdida
Lula disse ainda que a América Latina vive um momento difícil na política e na economia, e que as duas crises se retroalimentam.
"Na América Latina vive-se desde 2014 uma segunda década perdida. O crescimento médio da região nesse período foi de apenas 0,9%, metade do verificado na década perdida de 1980. Essa combinação de baixo crescimento e altos níveis de desigualdade resulta em efeitos nefastos sobre a paisagem política", disse, nesta terça, 24, no plenário da ONU, em Nova York.
"É injustificado manter Cuba em uma lista unilateral de Estados que supostamente promovem o terrorismo e impor medidas coercitivas unilaterais, que penalizam indevidamente as populações mais vulneráveis. No Haiti, é inadiável conjugar ações para restaurar a ordem pública e promover o desenvolvimento", afirmou.
Lula, no entanto, não citou a Venezuela, país que vive uma das piores crises políticas do continente, onde o presidente Nicolás Maduro é acusado pela oposição de fraudar a eleição presidencial para se manter no poder.
"No Brasil, a defesa da democracia implica ação permanente ante investidas extremistas, messiânicas e totalitárias, que espalham o ódio, a intolerância e o ressentimento. Brasileiras e brasileiros continuarão a derrotar os que tentam solapar as instituições e colocá-las a serviço de interesses reacionários. No mundo globalizado não faz sentido recorrer a falsos patriotas e isolacionistas", disse.
Ataque a 'ultraliberais'
O presidente também fez críticas ao que chamou de 'experiências ultraliberais' e disse que elas apenas pioram as dificuldades.
"O Estado que estamos construindo é sensível às necessidades dos mais vulneráveis sem abdicar de fundamentos macroeconômicos sadios. A falsa oposição entre Estado e mercado foi abandonada pelas nações desenvolvidas, que voltaram a praticar políticas industriais ativas e forte regulação da economia doméstica",
"O futuro de nossa região passa, sobretudo, por construir um Estado sustentável, eficiente, inclusivo e que enfrenta todas as formas de discriminação. Que não se intimida ante indivíduos, corporações ou plataformas digitais que se julgam acima da lei", disse.
"A liberdade é a primeira vítima de um mundo sem regras. Elementos essenciais da soberania incluem o direito de legislar, julgar disputas e fazer cumprir as regras dentro de seu território, incluindo o ambiente digital.
Pedidos de paz
O presidente brasileiro também comentou as guerras em Gaza e na Ucrânia e fez um apelo por uma mudança de foco.
"2023 ostenta o triste recorde do maior número de conflitos desde a Segunda Guerra Mundial. Os gastos militares globais cresceram pelo nono ano consecutivo e atingiram 2,4 trilhões de dólares.
Mais de 90 bilhões de dólares foram mobilizados com arsenais nucleares. Esses recursos poderiam ter sido utilizados para combater a fome e enfrentar a mudança do clima", disse.
"O que se vê é o aumento das capacidades bélicas. O uso da força, sem amparo no Direito Internacional, está se tornando a regra. Presenciamos dois conflitos simultâneos com potencial de se tornarem confrontos generalizados", disse, sobre Gaza e Ucrânia.
Para a Ucrânia, ele defendeu o avanço de um plano de negociações baseado em seis pontos e defendido por Brasil e China. Sobre Gaza, Lula criticou a reação de Israel.
O que começou como ação terrorista de fanáticos contra civis israelenses inocentes, tornou-se punição coletiva de todo o povo palestino.
"São mais de 40 mil vítimas fatais, em sua maioria mulheres e crianças. O direito de defesa transformou-se no direito de vingança, que impede um acordo para a liberação de reféns e adia o cessar-fogo", afirmou.
Mundo sem lei
Antes de Lula, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, fez um discurso no qual fez um chamado para o combate ao aquecimento global e ao fim das guerras e pediu respeito às leis internacionais.
"Hoje, um número crescente de governos se sentem com o direito de sair da lei internacional. Eles podem violar a Carta da ONU, fechar os olhos para convenções internacionais e decisões de tribunais internacionais. Eles podem invadir outro país, espalhar poluição para todas as sociedades, ou mesmo comprometer o bem-estar de seu próprio povo, e nada vai acontecer", disse Guterres.
O secretário-geral defendeu uma solução de dois estados para Israel e Palestina. Sobre clima, ele exaltou o avanço da energia renovável, para que o mundo cumpra as metas do Acordo de Paris, de redução do aquecimento global.
"Estou honrado de trabalhar ao lado do presidente Lula, do Brasil, e com o G20, para garantir a máxima ambição, aceleração e cooperação. Para este propósito, financiamento é essencial", prosseguiu.