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Luis Arce, ex-presidente da Bolívia, é preso em meio a investigação de corrupção

A prisão ocorre no âmbito de investigações sobre irregularidades cometidas durante o período em que foi ministro da Economia

Luis Arce: ex-presidente foi levado para a sede da Força Especial de Combate ao Crime (FELCC), em La Paz (RAUL ARBOLEDA/AFP)

Luis Arce: ex-presidente foi levado para a sede da Força Especial de Combate ao Crime (FELCC), em La Paz (RAUL ARBOLEDA/AFP)

Publicado em 10 de dezembro de 2025 às 19h48.

O ex-presidente da Bolívia Luis Arce foi preso nesta quarta-feira, 10, poucas semanas após deixar o cargo, no desdobramento de um dos maiores escândalos de corrupção dos últimos anos no país.

A prisão ocorre no âmbito de investigações sobre irregularidades cometidas durante o período em que Arce foi ministro da Economia.

A ex-ministra da Presidência Maria Nela Prada informou que Arce foi levado para a sede da Força Especial de Combate ao Crime (FELCC), em La Paz. "Ele é inocente. Lembro-me do caso do Fundo Indígena, pois eu já trabalhava nele, e uma defesa foi apresentada com argumentos", disse a política.

A prisão ocorre menos de dois meses após a vitória de Rodrigo Paz na eleição presidencial, que marcou a derrota da esquerda depois de quase 20 anos no poder no país.

Investigação sobre corrupção

O escândalo envolve denúncias de que recursos públicos destinados a projetos para comunidades indígenas foram desviados para contas particulares, sem a execução das obras e dos serviços previstos. A Controladoria da Bolívia identificou ao menos 153 projetos suspeitos.

Até agora, 15 pessoas foram presas, incluindo dirigentes e ex-dirigentes do Movimento ao Socialismo (MAS), partido de Arce e do ex-presidente Evo Morales.

Arce já havia sido ouvido pelos promotores, mas o caso avançou na semana passada após a ex-deputada Lidia Patty admitir que recebeu US$ 100 mil do Estado em contas particulares, valores que, segundo ela, eram destinados a projetos do Fundo Indígena.

No depoimento, Patty afirmou que esse tipo de operação teria sido autorizado por Arce, quando ele ocupava o Ministério da Economia.

O promotor do caso e ex-deputado Rafael Quispe afirmou que Arce era um dos principais responsáveis pelo esquema, por integrar o conselho de administração do fundo e, ao mesmo tempo, comandar a pasta da Economia.

Lidia Patty foi presa preventivamente no sábado, acusada de violação de deveres e conduta antieconômica, os mesmos crimes atribuídos ao ex-presidente.

*Com informações do Globo

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