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Líder religioso questiona ataque contra paquistanesa

A estudante de 15 anos escapou da morte por pouco depois que homens armados pertencentes ao grupo talibã dispararam contra ela em seu ônibus escolar

Rehman discursa para simpatizantes, na cidade de Karak: "As imagens mostradas nos meios de comunicação mostraram toda a situação como suspeita", disse o clérigo (©AFP / Str)
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Da Redação

Publicado em 5 de novembro de 2012 às 15h57.

Peshawar - O líder do maior partido político religioso do Paquistão levantou dúvidas sobre os tiros disparados pelo talibã contra a estudante ativista Malala Yousufzai, dizendo não acreditar que ela foi atingida na cabeça.

A estudante de 15 anos escapou da morte por pouco depois que homens armados pertencentes ao grupo talibã dispararam contra ela em seu ônibus escolar no mês passado por fazer campanha pelo direito das meninas de ir para a escola - algo a que os militantes islâmicos se opõem.

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Médicos na Grã-Bretanha, onde ela se recupera, dizem que a bala do atentado roçou seu cérebro e viajou através de sua cabeça e pescoço antes de se hospedar em seu ombro esquerdo.

Mas o clérigo pró-talibã Fazlur Rehman, chefe do partido Jamiat Ulema-e-Islam Fazl (JUIF), a maior facção religiosa no Parlamento do Paquistão, rejeitou a informação médica.

"As imagens mostradas nos meios de comunicação mostraram toda a situação como suspeita porque não havia nenhum sinal de lesão depois que o curativo foi removido", afirmou em um comício no noroeste do Paquistão, no domingo.

"Isso mostra que a bala não a atingiu na cabeça".

Imagens divulgadas pelo hospital Queen Elizabeth, em Birmingham, mostraram Malala, que se tornou famosa em 2009 ao escrever um blog para a BBC Urdu no qual falava sobre as brutalidades do regime talibã em Swat, mostrou a estudante sentada com sua família, com a maior parte de sua cabeça coberta com uma toalha azul.

A tentativa de assassinar a jovem a sangue-frio chocou o mundo, mas muitos no Paquistão - onde as teorias da conspiração sobre todos os assuntos imperam - acreditam que o incidente foi parte de um complô para difamar o talibã e o islã.

As mídias sociais no Paquistão estão cheias de tais comentários e de imagens de Malala, questionando a credibilidade do ataque.

Malala está se recuperando na Grã-Bretanha, mas precisa lutar contra uma infecção antes de realizar uma cirurgia reconstrutora para reparar seu crânio.

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