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Da Redação
Publicado em 17 de setembro de 2012 às 17h52.
Beirute - O chefe do grupo libanês Hezbollah, Hassan Nasrallah, chamou atenção nos Estados Unidos por conta de possíveis "repercussões perigosas" que a divulgação do filme "A inocência dos muçulmanos" pode causar, após uma surpreendente aparição em público durante uma manifestação em Beirute.
Nasrallah, que por motivos de segurança faz seus discursos por videoconferência, se uniu a um protesto de milhares de pessoas na capital libanesa, convocado por ele mesmo, por aproximadamente 20 minutos.
"Nossa fúria não será passageira. É o nascimento de um movimento que deve continuar em toda a nação muçulmana", disse o xeque, que estava em uma tribuna e cercado de guarda-costas.
Desde a guerra de 2006 entre Israel e o Hezbollah, Nasrallah se mantém escondido. Esta é apenas a quinta aparição em público do xeque desde aquele ano.
Animado por conta dos milhares de seguidores que lotaram a região de Dahieh, subúrbio de Beirute controlado por um grupo xiita, o xeque pediu a suspensão do vídeo na internet e castigo para os produtores.
Nasrallah aproveitou para pedir que todos os governos do mundo, especialmente os muçulmanos, brequem a distribuição do filme, produzido nos Estados Unidos e cuja autoria ainda é duvidosa.
"Os EUA têm que compreender que se for divulgado o filme inteiro, haverá repercussões perigosas no mundo todo", disse o xeque. Por enquanto, foram divulgados apenas 14 minutos do filme, que supostamente tem duas horas de duração.
A grande manifestação, convocada sob o lema "Labbaik ya Rasul Alá" (Aqui eu sou o profeta de Alá), transcorreu sem incidentes. Os manifestantes levaram bandeiras libanesas e do Hezbollah e cartazes contra os Estados Unidos.
Na noite de domingo, Nasrallah pediu que seus seguidores protestassem durante dias contra o filme, que qualificou de "extremamente perigoso e sem precedentes".
O líder do Hezbollah convocou, além disso, outras manifestações. Na quarta-feira, será realizada uma em Tiro, na sexta em Baalbeck, no sábado em Bint Jbeil e no domingo em Hermel.
Diante dos incidentes em diversos países e na cidade de Trípoli, o ministro de Interiores do Líbano, Marwan Charbel, disse que a manifestação em Beirute teria um "espaço definido e uma duração limitada".
"Nós contamos com os serviços de segurança para proteger os estabelecimentos americanos", afirmou Charbel.
O filme "A inocência dos muçulmanos" desencadeou uma onda de protestos em vários países, sobretudo de maioria islâmica, com ataques contra as embaixadas dos Estados Unidos na Líbia, Egito, Sudão, o Iêmen e Tunísia.