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Líbia condena prisão de suspeito de ataque em Benghazi

Homem acusado de ser o cérebro por trás de um ataque de militantes islâmicos contra o consulado norte-americano de Benghazi, em 2012, foi preso por EUA

Ataque em 2012: ministro da Justiça disse que o suspeito, Ahmed Abu Khatallah, deveria ser levado de volta à Líbia e julgado no país (Esam Al-Fetori/Reuters)

Ataque em 2012: ministro da Justiça disse que o suspeito, Ahmed Abu Khatallah, deveria ser levado de volta à Líbia e julgado no país (Esam Al-Fetori/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 18 de junho de 2014 às 12h55.

Trípoli - A Líbia condenou nesta quarta-feira a prisão efetuada por forças especiais dos Estados Unidos em seu território de um homem acusado de ser o cérebro por trás de um ataque de militantes islâmicos contra o consulado norte-americano de Benghazi, em 2012, e descreveu a detenção como violação da soberania líbia.

Na primeira reação oficial do governo líbio, o ministro da Justiça, Saleh al-Marghani, disse que o suspeito, Ahmed Abu Khatallah, deveria ser levado de volta à Líbia e julgado no país.

"Nós não recebemos nenhuma notificação prévia. Nós não esperávamos que os EUA fossem perturbar a nossa cena política", declarou Marghani em entrevista coletiva à imprensa.

Ele disse que Khatalah era procurado pelas autoridades líbias para interrogatório, mas a falta de segurança impedia isso. O porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, Said al Saoud, afirmou: "Este ataque contra a soberania líbia aconteceu num momento em que Benghazi está sofrendo com muitos problemas". O presidente dos EUA, Barack Obama, disse ter autorizado a operação na Líbia no domingo, na qual comandos norte-americanos capturaram Khatallah na periferia de Benghazi, e que ele estava sendo levado ao país para ser processado.

O ataque de setembro de 2012 contra o consulado dos EUA em Benghazi, que desde essa época está fechado, resultou na morte de quatro norte-americanos, incluindo o embaixador dos EUA na Líbia, Chris Stevens.

A Líbia, país norte-africano produtor de petróleo, enfrenta uma crônica desordem social. O governo e o Parlamento, sediados em Trípoli, não têm sido capaz de controlar milícias, tribos e grupos islamitas que ajudaram a derrubar em 2011 o então líder do país, Muammar Gaddafi, mas agora desafiam a autoridade do Estado.

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