Líbano pede à ONU cessar-fogo imediato e está disposto a mobilizar Exército no sul
Najib Mikati, primeiro-ministro libanês, esteve no Conselho de Segurança da ONU
Agência de Notícias
Publicado em 11 de outubro de 2024 às 09h33.
O primeiro-ministro do Líbano, Najib Mikati, pediu nesta sexta-feira ao Conselho de Segurança da ONU que tome uma decisão para um "cessar-fogo imediato e completo" e afirmou que seu governo está disposto a mobilizar o Exército libanês no sul do país, e que o grupo xiita pró-iraniano Hezbollah "está de acordo".
"Decidimos pedir ao Conselho de Segurança da ONU que adote uma resolução para um cessar-fogo imediato e completo", anunciou Mikati em entrevista coletiva após uma reunião do Conselho de Ministros libanês, na qual ressaltou, pela primeira vez, a concordância do Hezbollah.
Mikati destacou "o compromisso do governo libanês para implementar a decisão 1701 do Conselho com todas as suas cláusulas, inclusive a da mobilização do Exército no sul do Líbano e o reforço de sua presença na fronteira libanesa de maneira que garanta a correta apliacação desta resolução".
O governanten insistiu, no entanto, que "a comunidade internacional deve comprometer o inimigo israelense com a resolução" 1701 que pôs fim à guerra entre Líbano e Israel de 2006, e estabelece que a fronteira só pode ter a mobilização das forças armadas libanesas.
Isso significa que os combatentes do Hezbollah posicionados na divisória com Israel, onde lutam há mais de um ano, precisam se retirar para o norte, acima do rio Litani. Também é estipulado o desarmamento do grupo xiita.
"Esta resolução (1701) continua sendo válida. O Hezbollah está de acordo também. O Hezbollah é um parceiro deste governo e hoje concordou sobre este tema, e creio que não haja nenhuma dúvida", frisou.
Mikati insistiu para que "todos os responsáveis e as forças nacionais (libanesas) assumam juntos a responsabilidade de proteger a sociedade e o país".
"O cessar-fogo é uma necessidade imediata e o Exército libanês deve comprovar que cumpre a sua responsabilidade de forma completa para manter a segurança e reforçar seu papel no sul do Líbano em conformidade com a resolução 1701", comentou.
O chefe do governo libanês denunciou "a continuidade da guerra israelense" contra o Líbano, assim como "os assassinatos, a destruição e as violações da soberania e a incursão terrestre contra o território".
"Tudo isto torna o Líbano uma vítima da arrogância israelense, e se deve à indiferença do mundo", analisou.
Mikati também denunciou "como crime condenado" as "agressões de Israel contra as forças (da ONU no Líbano) Finul".