Líbano pede à ONU cessar-fogo imediato e está disposto a mobilizar Exército no sul
Najib Mikati, primeiro-ministro libanês, esteve no Conselho de Segurança da ONU
Agência de Notícias
Publicado em 11 de outubro de 2024 às 09h33.
Última atualização em 11 de outubro de 2024 às 09h55.
O primeiro-ministro do Líbano, Najib Mikati, pediu nesta sexta-feira ao Conselho de Segurança da ONU que tome uma decisão para um "cessar-fogo imediato e completo" e afirmou que seu governo está disposto a mobilizar o Exército libanês no sul do país, e que o grupo xiita pró-iraniano Hezbollah "está de acordo".
"Decidimos pedir ao Conselho de Segurança da ONU que adote uma resolução para um cessar-fogo imediato e completo", anunciou Mikati em entrevista coletiva após uma reunião do Conselho de Ministros libanês, na qual ressaltou, pela primeira vez, a concordância do Hezbollah.
Mikati destacou "o compromisso do governo libanês para implementar a decisão 1701 do Conselho com todas as suas cláusulas, inclusive a da mobilização do Exército no sul do Líbano e o reforço de sua presença na fronteira libanesa de maneira que garanta a correta apliacação desta resolução".
O governanten insistiu, no entanto, que "a comunidade internacional deve comprometer o inimigo israelense com a resolução" 1701 que pôs fim à guerra entre Líbano e Israel de 2006, e estabelece que a fronteira só pode ter a mobilização das forças armadas libanesas.
Isso significa que os combatentes do Hezbollah posicionados na divisória com Israel, onde lutam há mais de um ano, precisam se retirar para o norte, acima do rio Litani. Também é estipulado o desarmamento do grupo xiita.
"Esta resolução (1701) continua sendo válida. O Hezbollah está de acordo também. O Hezbollah é um parceiro deste governo e hoje concordou sobre este tema, e creio que não haja nenhuma dúvida", frisou.
Mikati insistiu para que "todos os responsáveis e as forças nacionais (libanesas) assumam juntos a responsabilidade de proteger a sociedade e o país".
"O cessar-fogo é uma necessidade imediata e o Exército libanês deve comprovar que cumpre a sua responsabilidade de forma completa para manter a segurança e reforçar seu papel no sul do Líbano em conformidade com a resolução 1701", comentou.
O chefe do governo libanês denunciou "a continuidade da guerra israelense" contra o Líbano, assim como "os assassinatos, a destruição e as violações da soberania e a incursão terrestre contra o território".
"Tudo isto torna o Líbano uma vítima da arrogância israelense, e se deve à indiferença do mundo", analisou.
Mikati também denunciou "como crime condenado" as "agressões de Israel contra as forças (da ONU no Líbano) Finul".