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Líbano acusa Israel de rejeitar cessar-fogo após bombardeios em Beirute

Pelo menos 1.829 pessoas morreram no Líbano desde a intensificação dos bombardeios

Um homem remove destroços de uma loja danificada por um ataque aéreo israelense noturno em um bairro ao sul de Beirute, em 1º de novembro de 2024, na capital libanesa (AFP)
AFP

Agência de notícias

Publicado em 1 de novembro de 2024 às 10h45.

Última atualização em 1 de novembro de 2024 às 11h40.

O primeiro-ministro do Líbano acusou Israel, nesta sexta-feira, 1º, de rejeitar qualquer cessar-fogo com o Hezbollah, depois de o seu Exército bombardear redutos do movimento libanês na periferia sul de Beirute.

A Agência nacional de Notícias Libanesa (ANI) relatou pelo menos dez bombardeios ao sul da capital, logo após a emissão dos avisos de evacuação. Os ataques destruíram "dezenas de edifícios" poucas horas depois da visita de dois emissários dos Estados Unidos a Jerusalém.

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Os enviados americanosAmos HochsteineBrett McGurkchegaram a Israel para buscar uma solução para a guerra entre Israel e o Hezbollah, apoiado pelo Irã, desde meados de setembro. Eles também esperam avançar no sentido de um cessar-fogo na Faixa de Gaza, onde Israel combate o movimento islamista palestino Hamas.

"O prolongamento, mais uma vez, da agressão do inimigo israelense contra as regiões libanesas (…) e o fato de ter atacado mais uma vez os subúrbios do sul de Beirute com operações destrutivas, constituem indicadores que confirmam a sua rejeição de todos os esforços para conseguir um cessar-fogo", disse Nayib Mikati em comunicado.

Além dos bombardeios em Beirute, a cidade de Baalbek, no leste do Líbano, também foi alvo de ataques, disse a ANI. A cidade abriga antigas ruínas romanas declaradas Patrimônio da Humanidade pela Unesco.

O Hezbollah abriu uma frente com Israel em 8 de outubro de 2023, em apoio ao Hamas, que governa Gaza. Mas o que começou com disparos diários na fronteira transformou-se em uma guerra aberta em 23 de setembro, quando Israel intensificou os seus bombardeios contra posições do movimento libanês. O Exército israelense iniciou ataques terrestres no sul do país uma semana depois.

Pelo menos 1.829 pessoas morreram no Líbano desde a intensificação dos bombardeios, segundo um relatório da AFP baseado em dados do Ministério da Saúde libanês.

Plano americano

O objetivo de Israel é neutralizar o Hezbollah na fronteira e permitir o retorno ao norte do país de 60 mil habitantes deslocados pelo lançamento de foguetes do grupo islamista há mais de um ano.

Na Faixa de Gaza, a guerra eclodiu em 7 de outubro, quando milicianos islamistas no sul de Israel mataram 1.206 pessoas, a maioria civis, e sequestraram 251, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais israelenses.

Dos 251 capturados, cerca de 100 permanecem cativos no território palestino, mas 34 foram declarados mortos pelo Exército.

Em resposta, Israel lançou uma campanha que já deixou 43.259 mortos no território, segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza, considerados confiáveis pela ONU.

Segundo fontes do governo citadas pela imprensa israelense, o plano elaborado pelos emissários americanos contempla a retirada do Hezbollah e do Exército israelense do sul do Líbano, que seria controlado pelas forças armadas libanesas e pelos capacetes azuis da ONU.

O Líbano seria responsável por impedir o rearmamento do Hezbollah e Israel manteria o seu direito de se defender de acordo com o direito internacional, segundo o documento.

As autoridades israelenses declararam que os seus soldados não se retirarão do sul do Líbano até que seja alcançado um acordo que satisfaça os requisitos de segurança de Israel.

Necrotério está cheio

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que "aprecia" o apoio dos Estados Unidos, ao mesmo tempo que se recusa a ceder às pressões do seu aliado.

"Os exércitos terroristas não estarão mais nas nossas fronteiras. O Hamas não controlará mais Gaza e o Hezbollah não se instalará na nossa fronteira norte em posições que lhe permitam invadir" Israel, insistiu.

O novo líder do movimento libanês, Naim Qassem, afirmou que aceitaria um cessar-fogo, mas sob certas "condições", que não especificou.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) está "profundamente preocupada" com os ataques israelenses aos serviços de saúde no Líbano, disse uma porta-voz da organização. Os serviços de saúde "não são um alvo", insistiu.

Além de buscar "uma solução política" no Líbano, os emissários americanos também deveriam se concentrar em "medidas para acabar com o conflito em Gaza", segundo o Departamento de Estado.

Os bombardeios noturnos mataram nove pessoas em Jabaliya, no norte, e em Nuseirat, no centro do território, informou o Ministério da Saúde do governo do Hamas.

"O necrotério dohospital Al Aqsaem Deir el Balah", no centro, "está cheio de cadáveres, a maioria deles crianças e mulheres", disse o diretor de hospitais de campanha do ministério, Marwan al-Hams.

Ataque ao Hospital Mártires de al-Aqsa em Gaza

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