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Leilão de linhas de Belo Monte deve ocorrer em 2013

As linhas seriam de corrente contínua de 800 kV, passando a ser maior tensão em corrente contínua em uso no Brasil

As linhas, que estão sendo estudadas, sairiam de uma nova subestação chamada Xingu (Valter Campanato/ABr)

As linhas, que estão sendo estudadas, sairiam de uma nova subestação chamada Xingu (Valter Campanato/ABr)

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Da Redação

Publicado em 8 de maio de 2012 às 18h29.

Rio de Janeiro - O governo planeja leiloar em 2013 duas linhas de transmissão de longa distância que vão conectar a hidrelétrica de Belo Monte (PA), de 11.233 megawatts (MW), ao sistema elétrico nacional.

As linhas seriam de corrente contínua de 800 quilovolts (kV), passando a ser maior tensão em corrente contínua em uso no Brasil e o terceiro país no mundo com esse nível, informou o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, nesta terça-feira.

As linhas, que estão sendo estudadas, sairiam de uma nova subestação chamada Xingu, e teriam dois destinos.

Uma delas teria 2.575 quilômetros de extensão, com conexão em uma nova subestação próxima ao município de Nova Iguaçu, na região metropolitana do Rio de Janeiro.

A segunda linha, de 2.050 quilômetros, seria conectada à outra nova subestação, próxima à subestação Estreito, localizada no Triângulo Mineiro.

Tolmasquim, que participou do Enase, evento de energia elétrica realizado no Rio de Janeiro, afirmou que apenas a China possui uma linha de transmissão de 800 kV e que outra está em implantação na Índia.

O empreendimento estaria em licitação em 2013 para ser concluído a tempo da entrada em operação comercial da usina, em 2015.

As usinas do complexo do Rio Madeira (Santo Antônio e Jirau) vão ser interligadas por uma linha de transmissão de corrente contínua, mas com tensão em 600 kV.

Leilão

A-5 Um novo adiamento do leilão de energia nova A-5 não está descartado, já que ainda depende da concessão de licenças ambientais, segundo Tolmasquim.

O leilão, que aconteceria em 26 de abril, foi adiado para 16 de agosto.

No entanto, para a realização do certame, com prazo de entrega da energia em cinco anos, o governo aguarda a emissão da licença ambiental prévia para três hidrelétricas: São Manoel, Sinop e Cachoeira Caldeirão, de acordo com o presidente da EPE, estatal responsável pela pesquisa e planejamento do setor energético do Brasil.

Atualmente, o governo só tem licenciadas duas usinas do Complexo Hidrelétrico do Parnaíba, oferecidas em leilão do ano passado e não arrematadas.


“"Caso não saia a licença prévia, temos que decidir se haverá leilão sem hídricas ou se adiará de novo", afirmou Tolmasquim.

Segundo ele, as usinas de Sinop e Cachoeira Caldeirão estão com o licenciamento mais adiantado, mas a de São Manoel ainda não teve realização de audiências públicas -uma das etapas do processo de licenciamento ambientam.

Além disso, o governo aguarda a decisão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) sobre as autorizações para as termelétricas a óleo da Bertin, que estão com atrasos na implantação e poderiam abrir espaço para solucionar a sobrecontratação das distribuidoras.

Solar

Pela primeira vez, uma autoridade do governo no setor elétrico sinalizou que o preço da energia de usinas solares pode estar em patamares considerados competitivos em relação à matriz, por conta de um estudo em fase de conclusão indicando que em algumas áreas do país a energia solar pode estar com custos considerados viáveis.

Sem revelar detalhes ou números, o presidente da EPE disse que em certas regiões o preço da energia está elevado de modo que a geração solar já não apresenta valores tão elevados que inviabilizassem sua implantação. "Hoje ela já é competitiva em algumas áreas", afirmou.

O estudo foi feito com o intuito de se debater junto ao Ministério de Minas e Energia a possibilidade de concessão de eventuais incentivos a fim de viabilizar a fonte solar.

Tolmasquim reiterou que a fonte ainda seria inviável para geração centralizada, com contratação em leilões. No entanto, ele afirmou que uma vantagem, que será debatida, será a contratação de pequena quantidade, sem impacto nas tarifas, a fim de se buscar formação de "massa crítica".

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