Bashar al-Assad: "Todas as previsões de nossos colegas ocidentais de que o povo se levantaria e derrubaria (o presidente sírio) foram descumpridas" (AFP)
Da Redação
Publicado em 19 de novembro de 2015 às 10h25.
Moscou - O presidente da Síria, Bashar al Assad, "representa os interesses de uma parte substancial" do povo sírio, "então sem ele não haverá solução para o conflito" no país, respondeu nesta quinta-feira o ministro das Relações Exteriores russo, Sergey Lavrov, às últimas declarações do líder americano, Barack Obama.
Em reunião hoje em Manila com o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, Obama afirmou que "Assad já não pode mais restituir a legitimidade" de seu poder e pediu que Rússia e Irã decidam se sua a prioridade é apoiar o presidente sírio ou salvar a Síria.
"Todas as previsões de nossos colegas ocidentais de que o povo se levantaria e derrubaria (o presidente sírio) foram descumpridas", ressaltou Lavrov em entrevista à rádio estatal russa.
Os brutais atentados em Paris, acrescentou, modificaram a lógica exibida até agora pelo Ocidente: "Tire a Assad e o Estado Islâmico (EI) se acalmará", comentou.
"O EI tenta de alcançar seu objetivo de criar o chamado califado sem relação alguma com o que acontece na Síria e Assad", enfatizou Lavrov.
A França se tornou o primeiro país ocidental a dar um grande passo para cooperar com a Rússia na luta contra os jihadistas na Síria.
O presidente francês, François Hollande, que foi muito crítico com o Kremlin, defende agora, após os atentados de Paris, a criação de uma ampla coalizão internacional que inclua Rússia e Estados Unidos enfrentar o EI.
Obama, no entanto, disse hoje em Manila, onde participou da cúpula do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), que não vê solução para a guerra civil na Síria enquanto Assad continuar no poder.