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Kofi Annan pode ser enviado especial da ONU na Síria

Annan é o nome favorito ao cargo, pois deve contar com o respaldo do atual secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e o da Liga Árabe, Nabil al Arabi

Kofi Annan, que em 2001 recebeu o prêmio Nobel da Paz, foi o sétimo secretário-geral da ONU (Divulgação)
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Da Redação

Publicado em 23 de fevereiro de 2012 às 20h00.

Nações Unidas - O ex-secretário geral das Nações Unidas Kofi Annan surge como candidato para ser o enviado especial da ONU e da Liga Árabe na Síria, informaram nesta quinta-feira fontes diplomáticas.

Annan, principal responsável das Nações Unidas entre 1997 e 2006, é o nome favorito ao cargo, pois deve contar com o respaldo do atual secretário-geral da ONU , Ban Ki-moon, e o da Liga Árabe, Nabil al Arabi.

As mesmas fontes garantiram à Agência Efe que o nome do eleito será revelado na sexta-feira durante a reunião dos Amigos da Síria, que será realizada na Tunísia.

Também reconheceram que outro dos nomes que se ventilados é o do ex-presidente da Finlândia e Nobel da Paz, Martti Ahtisaari, que foi enviado da União Europeia (UE) e da ONU no Kosovo.

Os porta-vozes de Ban Ki-moon na sede central da ONU em Nova York se limitaram a confirmar que o secretário-geral se reuniu hoje com Arabi em Londres, aproveitando a conferência internacional sobre a Somália, e que ambos trataram da nomeação do enviado especial na Síria.

'Se a nomeação for confirmada, esta seria uma demonstração da importância da crise na Síria para a ONU. Annan é um peso pesado da política internacional e conta com um grande prestígio', disse à Efe uma fonte diplomática ocidental.

Kofi Annan, que em 2001 recebeu o prêmio Nobel da Paz, foi o sétimo secretário-geral da ONU e liderou delicadas missões políticas, como a que em 1998 o levou a Bagdá para convencer os iraquianos a colaborar com os inspetores da ONU.


O maior escândalo da sua gestão foi protagonizado pelo programa Petróleo por Comida, justamente no Iraque, que atingiu, além de grandes corporações e alguns funcionários da ONU, o próprio Annan pelas conexões de seu filho, Kojo, com uma empresa suíça provedora de serviços sob este plano.

A máxima prioridade da ONU neste momento é garantir o acesso de ajuda humanitária à Síria, uma tarefa da qual se encarregará esse enviado especial, segundo explicaram em repetidas ocasiões os porta-vozes de Ban.

A escolha de um enviado especial à Síria era um dos pontos incluídos na simbólica resolução que, apesar da oposição de China e Rússia, foi aprovada na semana passada na Assembleia Geral por arrasadora maioria.

Nessa ocasião foi condenada a violência governamental contra a população civil síria e se exigiu ao presidente Bashar al Assad que cumpra o plano de transição elaborado pela Liga Árabe, que contempla sua saída do poder.

Ban também pediu ao responsável do Escritório para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) da ONU, Valerie Amos, que visite a Síria para analisar a situação humanitária no terreno.

Enquanto isso, a violência continua na Síria, onde nesta quinta-feira morreram pelo menos 46 pessoas em diferentes ataques das forças do regime de Assad, enquanto 17 corpos, supostamente de soldados desertores, foram encontrados em uma prisão de Idleb, segundo um grupo opositor.


A falta de acesso ao país impediu a Nações Unidas atualizar desde meados de janeiro o número de mortos pela repressão, que então cifrou em mais de 5.400, embora agora os opositores calculam que já são mais de 8.500 as pessoas que perderam a vida desde o início dos protestos.

A comissão internacional de investigação criada pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU para examinar a situação na Síria assegurou hoje que tem a 'convicção' que as graves violações dos direitos humanos cometidas no país respondem a 'uma política de Estado'.

Em um relatório, a comissão assinalou que 'as ordens para cometer essas violações se originam em direções emitidas nas instâncias mais altas das forças armadas e do governo'.

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Nações Unidas - O ex-secretário geral das Nações Unidas Kofi Annan surge como candidato para ser o enviado especial da ONU e da Liga Árabe na Síria, informaram nesta quinta-feira fontes diplomáticas.

Annan, principal responsável das Nações Unidas entre 1997 e 2006, é o nome favorito ao cargo, pois deve contar com o respaldo do atual secretário-geral da ONU , Ban Ki-moon, e o da Liga Árabe, Nabil al Arabi.

As mesmas fontes garantiram à Agência Efe que o nome do eleito será revelado na sexta-feira durante a reunião dos Amigos da Síria, que será realizada na Tunísia.

Também reconheceram que outro dos nomes que se ventilados é o do ex-presidente da Finlândia e Nobel da Paz, Martti Ahtisaari, que foi enviado da União Europeia (UE) e da ONU no Kosovo.

Os porta-vozes de Ban Ki-moon na sede central da ONU em Nova York se limitaram a confirmar que o secretário-geral se reuniu hoje com Arabi em Londres, aproveitando a conferência internacional sobre a Somália, e que ambos trataram da nomeação do enviado especial na Síria.

'Se a nomeação for confirmada, esta seria uma demonstração da importância da crise na Síria para a ONU. Annan é um peso pesado da política internacional e conta com um grande prestígio', disse à Efe uma fonte diplomática ocidental.

Kofi Annan, que em 2001 recebeu o prêmio Nobel da Paz, foi o sétimo secretário-geral da ONU e liderou delicadas missões políticas, como a que em 1998 o levou a Bagdá para convencer os iraquianos a colaborar com os inspetores da ONU.


O maior escândalo da sua gestão foi protagonizado pelo programa Petróleo por Comida, justamente no Iraque, que atingiu, além de grandes corporações e alguns funcionários da ONU, o próprio Annan pelas conexões de seu filho, Kojo, com uma empresa suíça provedora de serviços sob este plano.

A máxima prioridade da ONU neste momento é garantir o acesso de ajuda humanitária à Síria, uma tarefa da qual se encarregará esse enviado especial, segundo explicaram em repetidas ocasiões os porta-vozes de Ban.

A escolha de um enviado especial à Síria era um dos pontos incluídos na simbólica resolução que, apesar da oposição de China e Rússia, foi aprovada na semana passada na Assembleia Geral por arrasadora maioria.

Nessa ocasião foi condenada a violência governamental contra a população civil síria e se exigiu ao presidente Bashar al Assad que cumpra o plano de transição elaborado pela Liga Árabe, que contempla sua saída do poder.

Ban também pediu ao responsável do Escritório para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) da ONU, Valerie Amos, que visite a Síria para analisar a situação humanitária no terreno.

Enquanto isso, a violência continua na Síria, onde nesta quinta-feira morreram pelo menos 46 pessoas em diferentes ataques das forças do regime de Assad, enquanto 17 corpos, supostamente de soldados desertores, foram encontrados em uma prisão de Idleb, segundo um grupo opositor.


A falta de acesso ao país impediu a Nações Unidas atualizar desde meados de janeiro o número de mortos pela repressão, que então cifrou em mais de 5.400, embora agora os opositores calculam que já são mais de 8.500 as pessoas que perderam a vida desde o início dos protestos.

A comissão internacional de investigação criada pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU para examinar a situação na Síria assegurou hoje que tem a 'convicção' que as graves violações dos direitos humanos cometidas no país respondem a 'uma política de Estado'.

Em um relatório, a comissão assinalou que 'as ordens para cometer essas violações se originam em direções emitidas nas instâncias mais altas das forças armadas e do governo'.

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