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Kim Jong-un é nomeado secretário-geral do Partido dos Trabalhadores da Coreia do Norte

Kim Jong-un foi eleito no domingo "por unanimidade" como secretário-geral do partido. Para especialistas, mudança que reflete sua vontade de fortalecer seu poder

Há cinco anos, Kim foi eleito presidente do Partido dos Trabalhadores da Coreia (WPK) (Korean Central News Agency/Divulgação)

Há cinco anos, Kim foi eleito presidente do Partido dos Trabalhadores da Coreia (WPK) (Korean Central News Agency/Divulgação)

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AFP

Publicado em 11 de janeiro de 2021 às 09h05.

O líder norte-coreano, Kim Jong-un, foi eleito secretário-geral do Partido dos Trabalhadores, do qual era até agora presidente, uma mudança que reflete sua vontade de fortalecer seu poder, segundo analistas.

O líder norte-coreano foi eleito no domingo (10) "por unanimidade" como secretário-geral do partido, informou a agência de notícias oficial norte-coreana KCNA.

Fortemente afetado pelas sanções internacionais e mais isolado do que nunca devido à pandemia do coronavírus, o país vive dificuldades econômicas.

Há cinco anos, no último congresso do Partido dos Trabalhadores da Coreia (WPK), Kim foi eleito presidente da sigla.

Naquela época, isso foi interpretado como uma tentativa de consolidar seu status de líder, uma vez que herdou o poder com a morte de seu pai, em dezembro de 2011. Inaugurado em 5 de janeiro em Pyongyang, o oitavo congresso do WPK restabeleceu o secretariado, abandonado em 2016.

"Todos os delegados expressaram seu total apoio", com uma salva de palmas, acrescentou a agência.

Na última quarta-feira, durante o congresso, Kim Jong-un se comprometeu a fortalecer as capacidades defensivas do país, que já é uma potência nuclear. Em declaração provocativa, Kim também afirmou que os Estados Unidos são o "maior inimigo" de seu país.

"Nova imagem"

No congresso, Kim observou ainda o fracasso da política econômica oficial e reconheceu que, entre "quase todos os setores", poucos haviam alcançado seus objetivos.

Segundo especialistas, os novos títulos e funções têm um alcance altamente simbólico.

A mudança de título "é outra forma indireta de reconhecer que os planos introduzidos em 2016, como o novo sistema de presidente, não funcionaram de verdade", comentou Ahn Chan-il, um desertor norte-coreano que virou pesquisador do Instituto Mundial de Estudos Norte-coreanos em Seul.

"Kim pretendia dar uma nova imagem (...) diferente da de seu pai - tornando-se 'presidente' -, mas ele parece sentir a necessidade de enfatizar seu vínculo com seu pai para consolidar sua liderança nestes tempos difíceis", explicou.

O pai de Kim, Ki Jong-il, falecido em 2011, continuou secretário-geral eterno do partido, enquanto seu avô, Kim Il-sung, fundador da Coreia do Norte e falecido em 1994, é o eterno presidente do país.

O congresso visa a fortalecer a autoridade do regime. Especialistas em Coreia do Norte observam de perto possíveis sinais de mudança na política em um dos países mais fechados do mundo.

Desfile militar?

O congresso do Partido dos Trabalhadores também nomeou um novo escritório político que não inclui Kim Yo-jong, irmã e conselheira de Kim.

Ela também não figura nas listas de nomeados para o comitê central do partido, do qual até então era suplente, o que parece um revés para quem tinha conseguido se estabelecer como uma das pessoas mais influentes do regime.

Analistas afirmam que a Coreia do Norte usou este Congresso para enviar uma mensagem de desafio ao futuro presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, mas com prudência, após a relação tumultuada entre Kim e Donald Trump.

Tudo parece indicar que este Congresso foi também uma ocasião para Pyongyang realizar um desfile militar.

O Exército sul-coreano afirma ter detectado indícios de que o desfile ocorreu na noite de domingo, mas não sabe se foi "o evento em si, ou um ensaio".

Em outubro, houve um grande desfile para comemorar o 75º aniversário da fundação do Partido dos Trabalhadores. Nele, um enorme míssil balístico intercontinental (ICBM) foi exibido.

Nesta segunda-feira, em seu discurso de Ano Novo, o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, que desempenhou um papel crucial no processo de negociação entre Kim e Trump, disse que Seul aproveitará a transição de governo em Washington para conseguir "uma grande mudança" nas negociações intercoreanas e entre Washington e Pyongyang, que estão paralisadas.

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