Kiev - A Ucrânia descartou suspender agora a operação antiterrorista no leste do país, mas cogita um cessar-fogo bilateral no futuro, sempre que os separatistas pró-Rússia renunciarem à luta armada, declarou nesta quarta-feira o chefe adjunto da administração presidencial, Valeri Chali.
"A operação antiterrorista é nossa prerrogativa soberana para defender nosso país. E se há ataques por parte dos terroristas, nosso Exército deve defender o povo", disse Chali em entrevista coletiva.
O funcionário detalhou os planos para a elaboração de um "roteiro" para um de cessar-fogo bilateral, que seria supervisionado pela Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), o que foi antecipado ontem em Minsk pelo presidente ucraniano, Petro Poroshenko, depois de se reunir com o chefe de Estado da Rússia, Vladimir Putin.
Chali especificou que o roteiro não será um documento concreto, mas um processo que deverá incluir medidas para pôr fim à guerra, que são as mesmas previstas no chamado "Plano de paz de Poroshenko".
"A base do plano de paz transitório deve ser o plano de paz do presidente Poroshenko, (cujas) propostas podem ser realizadas através do grupo de contato" para a Ucrânia, integrado por Kiev, Moscou e a OSCE, e do qual participam como convidados representantes dos separatistas pró-Rússia.
Os rebeldes rejeitam frontalmente o plano de paz de Poroshenko, já que este não contempla mais que sua rendição quase incondicional com a possibilidade de deixarem a região do conflito (presumivelmente para a Rússia) ou de aceitarem uma anistia, que seria concedida somente para aqueles que não se envolveram em crimes graves.
A postura de Kiev exclui os rebeldes como parte interlocutora, como voltou a deixar claro hoje Chali, que após assinalar que o "roteiro" está sendo elaborado em regime de negociação, explicou que Poroshenko conversa com "líderes da Comissão Europeia, do Conselho Europeu e com a chanceler da Alemanha, Angela Merkel".
Assim como fez ontem o líder ucraniano, Chali reiterou que entre os assuntos a serem incluídos na negociação estão o controle internacional da fronteira russo-ucraniana, o cessar-fogo bilateral, a libertação dos presos e a reconstrução da infraestrutura destruída durante o conflito.
"As conversas realizadas ontem em Minsk foram muito produtivas e nelas foi enfatizado claramente que não há negociação sobre a soberania, a integridade territorial, a independência de nosso Estado, a vontade soberana do povo ucraniano e a vontade europeia", disse hoje o próprio Poroshenko.
As declarações de Poroshenko acontecem depois da primeira reunião cara a cara realizada ontem com Putin durante a cúpula entre a União Aduaneira (Rússia, Belarus e Cazaquistão), a Ucrânia e a União Europeia em Minsk, a capital bielorrussa, sem progresso aparente para pôr fim à guerra entre as forças de Kiev e os separatistas pró-Rússia.
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1. Velas e armas
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1/13 (Graham Denholm / Getty Images)
São Paulo – Na quinta-feira, o voo MH17 da Malaysian Airlines, que ia de Amsterdã para Kuala Lumpur, foi derrubado enquanto sobrevoava o céu do leste da Ucrânia. Desde então, o governo central ucraniano e a Rússia trocam acusações sobre quem foi responsável pelo míssil que atingiu o avião. Veja, a seguir, as fotos do desenrolar do conflito desde a queda do avião até este domingo.
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2. Pelo chão
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2/13 (Getty Images)
As bagagens e pertences pessoais das vítimas que estavam a bordo do Malaysia Airlines voo MH17 estão espalhadas por Grabovo, na Ucrânia. Segundo relatos de correspondentes internacionais, os destroços do avião estão espalhados a até 15 km do ponto central onde está a maior parte da fuselagem.
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3. Memória saqueada
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3/13 (Maxim Zmeyev/Reuters)
Dinheiro, joias, objetos pessoais e até cartões de créditos das 298 vítimas do voo MH17 da Malaysia Airlines, abatido por um míssil na Ucrânia, na sexta-feira, estão sendo saqueados. Militantes separatistas admitem que removeram objetos, além das caixas-pretas, do local do acidente.
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4. Sem destino
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4/13 (Brendan Hoffman / Getty Images)
Hoje, um vagão de trem refrigerado com parte dos corpos dos passageiros de Malaysia Airlines vôo MH17 aguarda na estação de trem para o transporte ruma a um destino ainda desconhecido. O vôo MH17 da Malaysia Airlines viajava de Amsterdã para Kuala Lumpur quando caiu matando todos os 298 a bordo, incluindo 80 crianças.
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5. Caixa-preta
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5/13 (Getty Images)
O governo da Ucrânia disse neste domingo que interceptou conversas telefônicas entre os rebeldes pró-russos e os militares russos. Os
rebeldes admitiram hoje podem estar com a caixa-preta e prometeram entregar caixas pretas do voo malaio à Organização da Aviação Civil Internacional.
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6. Represália Europeia
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6/13 (Maxim Zmeyev/Reuters)
De
acordo com o WSJ, os líderes europeus ameaçaram impor sanções mais duras contra a Rússia, em decorrência da queda do voo MH17, sem deixar ainda claro o que pode acontecer em represália. Os chanceleres da União Europeia se reunirão em Bruxelas nesta terça-feira para decidir o que fazer, mas há uma grande chance que ativos na Europa construídos por empresários russos, bem como as de empresas originárias do país, possam ser congelados.
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7. Maioria holandesa
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7/13 (Graham Denholm / Getty Images)
A maioria das 298 pessoas a bordo do voo MH 17 era de nacionalidade holandesa. Entre as vítimas havia 154 passageiros holandeses, 27 australianos, 23 malaios, onze indonésios, seis britânicos, quatro alemães, quatro belgas, três filipinos e um canadense no voo. "As famílias querem enterrar seus parentes", declarou ministro do Exterior holandês, Frans Timmermans. Um grupo de 15 especialistas holandeses foi enviado ao local da tragédia para identificar os corpos.
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8. Domingo de homenagem
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8/13 (Christopher Furlong / Getty Images)
Velas em memória das vítimas foram acesas durante uma missa especial na Igreja de Saint Vitus em Hilversum, Holanda, nesta manhã. Três famílias da cidade morreram no acidente. Por todo o país o domingo foi marcado por homenagens às vitimas da tragédia, lembradas em cultos, eventos esportivos e oficiais e no aeroporto Schiphol de Amsterdã, de onde o avião partiu na última quinta-feira.
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9. Em busca da cura
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9/13 (Graham Denholm / Getty Images)
Um participante da 20ª Conferência Internacional de AIDS que acontece hoje em Melbourne, Austrália, amarra uma fita vermelha em homenagem daqueles que perderam suas vidas no voo MH17. Pelo menos seis enviados estavam no avião rumo ao encontro dos maiores especialistas em busca da cura para a doença.
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10. EUA diz que sabe
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10/13 (gett)
Os
Estados Unidos detectaram o lançamento de um míssil antiaéreo e observou sua trajetória na quinta-feira passada, quando o avião da Malaysia Airlines caiu, supostamente atingido, no leste da Ucrânia, afirmou neste domingo o secretário de Estado, John Kerry. O presidente Barack Obama já hava dito que tudo apontava para que o avião tivesse atingido por rebeldes pró-russos. 'Sabemos, com certeza, que durante o último mês houve um fluxo de armamento, um comboio de uns 150 veículos incluídos transporte de pessoal, lança mísseis, artilharia, da Rússia para o leste da Ucrânia', disse ele.
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11. Artigo editado
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11/13 (Getty Images)
O imbróglio da Ucrânia e Russia chegou à web. Primeiro, um computador de Kiev, capital da Ucrânia,
editou o artigo em russo para "acidentes de aviação comercial" colocando a culpa da queda em "terroristas da auto-proclamada República Popular de Donetsk com mísseis de sistema Buk, que os terroristas receberam da Federação Russa". Menos de uma hora depois, alguém com um endereço de IP russo mudou o texto para "o avião foi abatido por soldados ucranianos".
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12. Duas tragédias no ano
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12/13 (Maxim Zmeyev/Reuters)
Depois de ter um avião desaparecido nos ares em março, nesta quinta-feira, o Boeing 777 da companhia Malaysia Airlines com 295 passageiros a bordo caiu na região de Donetsk, no leste da Ucrânia, sem deixar sobreviventes. A
companhia já apresentava uma operação deficitária antes disso, suportada por verbas governamentais e que degringolava cada vez mais pela imagem afetada com a tragédia. Agora deve ter de enfrentar processos movidos por pessoas de vários países.
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13. Agora, veja quais são os exércitos mais poderosos
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13/13 (Bradley Rhen / US Army / Wikimedia Commons)