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Kerry se refere ao EI por nome em árabe odiado pelo grupo

O secretário de Estado americano referiu-se repetidamente ao Estado Islâmico por seu nome em árabe, algo que os jihadistas aparentemente detestam

Secretário de Estado dos EUA, John Kerry: segundo vários relatórios de imprensa, o EI detesta o nome Daesh (Yuri Gripas/Reuters)

Secretário de Estado dos EUA, John Kerry: segundo vários relatórios de imprensa, o EI detesta o nome Daesh (Yuri Gripas/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 9 de dezembro de 2014 às 21h41.

Washington - O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, referiu-se nesta terça-feira repetidamente, pela terceira vez em menos de uma semana, ao Estado Islâmico (EI) por seu nome em árabe, Daesh, algo que o grupo jihadista aparentemente detesta.

O nome Daesh é usado pela maioria dos países árabes e o governo da França. Em uma audiência perante o Comitê de Relações Exteriores do Senado, Kerry chamou o grupo jihadista constantemente de Daesh.

Na versão do discurso distribuída para a imprensa, no entanto, o grupo era chamado de ISIL, terminologia usada até agora pelo governo do presidente Barack Obama.

O chefe das Relações Exteriores dos EUA também empregou o termo na quarta-feira passada, durante a primeira reunião ministerial da coalizão contra o EI em Bruxelas, e voltou a utilizá-lo no domingo, em discurso em um fórum pró-Israel em Washington.

Uma fonte do Departamento de Estado consultada pela Agência Efe disse que "por enquanto não há uma decisão oficial" de começar a se referir ao Estado Islâmico por seu acrônimo árabe, e enfatizou que "vários funcionários" do governo dos EUA já utilizam o nome há algum tempo.

O nome Daesh, uma das possíveis transliterações do nome árabe al-Dawla al-Islamiya fil al-Iraq wa al-Sham, é utilizado pela maioria dos países árabes para se referir ao grupo jihadista que opera no Iraque e na Síria.

Em setembro, o governo francês anunciou que começaria a utilizar o acrônimo árabe.

"Não recomendo utilizar o termo "Estado Islâmico" porque confunde as fronteiras entre o Islã, os muçulmanos e os islamitas. Os árabes os chamam de Daesh e eu lhes chamarei Daesh, os degoladores", disse o ministro das Relações Exteriores francês, Laurent Fabius, em setembro.

Segundo vários relatórios de imprensa, o EI detesta o nome Daesh, e inclusive chegou a ameaçar cortar a língua de qualquer um que usar a terminologia publicamente.

A questão de que nome se referir ao EI gera confusão, e muitos políticos e meios de comunicação se referem ao grupo como "Estado Islâmico do Iraque e do Levante" (ISIL, por seu sigla em inglês) ou "Estado Islâmico do Iraque e Síria" (ISIS), apesar da organização ter anunciado em julho que se chamaria unicamente Estado Islâmico. 

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