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Kadafi: povo líbio deve esmagar este complô contra si

Perguntado sobre quanto tempo levará para controlar o país, respondeu: "Se utilizássemos a força, nos bastaria um só dia"

Muammar Kadafi, ditador da Líbia: bens do seu governo podem ser congelados (Giorgio Cosulich/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 17 de março de 2011 às 06h06.

Paris - O líder líbio, Muammar Kadafi, ressaltou que seu povo deve "esmagar" o complô montado contra si, e assinalou que se decidisse utilizar a força - algo que não pensa fazer - lhe bastaria apenas um dia para controlar o país por completo.

"Há um complô contra o povo líbio, seja imperialista, venha da Al Qaeda ou bem do interior", assinalou Kadafi em entrevista publicada nesta quinta-feira pelo diário francês "Le Figaro", antes de afirmar que "o povo líbio deve esmagá-lo".

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Kadafi assegurou que com a capital dos rebeldes, Benghazi, seu objetivo é "libertar a população dos grupos armados", e advertiu que "é muito provável" que essas forças matem civis e acusem o Exército por essas mortes.

Perguntado sobre quanto tempo levará para controlar o país, respondeu: "Se utilizássemos a força, nos bastaria um só dia. Mas nosso objetivo é desmantelar progressivamente esses grupos armados recorrendo a diferentes meios, como cercar cidades e enviar mediadores".

Também indicou que "é bastante possível" que os membros do Conselho Nacional de Transição que foi constituído em Benghazi fujam para o Egito, e assegurou que perdoará seus antigos ministros e diplomatas que passaram a integrar essa estrutura porque fizeram isso na condição de "reféns".

O líder líbio negou a possibilidade de negociar com os rebeldes, com o argumento que "a Al Qaeda não dialoga com ninguém. Se o mundo quer falar com a Al Qaeda, que dialogue com (Osama) Bin Laden".

Kadafi insistiu que "não há adversários na Líbia", apenas "grupos armados", já que, se o povo não está contente, pode manifestar suas reivindicações nos comitês que existem: "Como é o próprio povo que se governa, não há problema".

Por essa mesma razão, descartou as reformas: "Não há motivo para que o acontecimento acidental que enfrentamos leve a uma mudança, porque, segundo o funcionamento da Líbia, o poder está nas mãos do povo".

E sobre se poderia se afastar do poder, como ocorreu com os presidentes da Tunísia e do Egito, assinalou, entre risos, ser apenas "o guia da revolução líbia", e que, como tal, não pode "trabalhar contra a vontade do povo".

"Na Tunísia e no Egito, os povos estavam contra seus Governos. Na Líbia, pelo contrário, o povo está comigo", concluiu.

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