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Justiça mantém prisão de investigado pelo próprio sequestro

Um exame de escrita indicou que a letra e os desenhos do plano são de López

A promotoria não voltou a se pronunciar sobre o estatuto jurídico do ex-deputado depois de sua captura há quase duas semanas (©AFP / Luis Robayo)
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Da Redação

Publicado em 1 de junho de 2012 às 17h29.

Bogotá - A Promotoria Geral da Colômbia se absteve nesta sexta-feira de outorgar a liberdade condicional ao ex-deputado Sigifredo López, detido por uma investigação de seu próprio sequestro e o de outros onze políticos, que terminaram assassinados pelas Farc.

A delegada chefe da unidade da Promotoria perante a Corte Suprema de Justiça (CSJ), Martha Lucía Zamora, informou hoje a decisão por considerar que ainda contam com prazos legais para resolver a situação jurídica de López.

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Além disso, a delegada informou que a Procuradoria Geral também não aceitou a mudança de López a Cali, cidade de residência do ex-refém e de sua família. 'Neste momento estão sendo realizadas diligências importantes que requerem a presença dele em Bogotá', disse.

A solicitação de liberdade provisória do ex-deputado e da mudança a Cali foi apresentada na última terça-feira pelo advogado Alfredo Montenegro, da equipe de defesa de López. O jurista explicou à Agência Efe que a entidade judicial ficou sem argumentos para manter López preso, pois as provas contra dele tinham caído.

A ordem de detenção de López teve como base uma sentença da Direção de Investigação Criminal sobre um vídeo confiscado pelos rebeldes e que mostra como foi planejado o sequestro.

Segundo os peritos, o perfil do rosto no vídeo e a voz do homem que explica a trama são de López. No entanto, o relatório não é conclusivo, pois deixa dúvidas.

Um exame de escrita também indicou que a letra e os desenhos do plano são de López. Enquanto isso, é esperada uma resposta do FBI, que pediu apoio para analisar a voz que aparece no vídeo. A delegada da Promotoria também indicou que foi entregue à Espanha as provas para realizar um estudo adicional.

López está preso desde 16 de maio em um calabouço da sede central da Promotoria em Bogotá, que está investigando o ex-deputado pelo sequestro, em 2002, dele e de outros 11 deputados do departamento de Valle del Cauca.

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) simularam ser militares que realizavam uma operação antiterrorista no Legislativo regional, situado no centro de Cali, e resgataram os sequestrados em uma ação. Em 2007, as Farc assassinaram 11 dos deputados sequestrados junto com López, que foi o único sobrevivente

A prisão de Sigifredo López e as dúvidas sobre sua participação no crime causou grande comoção na Colômbia, pois ninguém entende como um homem que passou seis anos em cativeiro pôde organizar seu próprio sequestro.

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