Richard Ferrand: ONGs especializadas na luta contra a corrupção comunicaram que formalizavam uma denúncia para forçar a investigação (Charles Platiau/Reuters)
EFE
Publicado em 1 de junho de 2017 às 08h35.
Paris - A Promotoria de Brest, no noroeste da França, anunciou nesta quinta-feira que abriu uma investigação preliminar contra o ministro da Coesão Territorial francês, Richard Ferrand, por suspeitas de nepotismo.
O objetivo desta investigação "preliminar" é "reunir todos os elementos que permita uma análise completa dos fatos e olhar se são suscetíveis ou não constituir uma infração penal", disse a Promotoria, em um comunicado através de sua conta do Twitter.
Este procedimento judicial significa um revés para o presidente Emmanuel Macron, que chegou ao poder recentemente com a promessa de moralizar a política e que tem o desafio de conseguir uma maioria parlamentar suficiente para desenvolver o seu programa nas eleições legislativas dos dias 11 e 18 deste mês.
Inicialmente, os promotores resistiram iniciar este procedimento por considerar que não tinha provas suficientes.
Nas últimas horas, organizações não governamentais especializadas na luta contra a corrupção, como Anticor, comunicaram que formalizavam uma denúncia para forçar a investigação.
No centro deste assunto que persegue Ferrand e que questiona sua probidade está o fato de que no final de 2010, quando ele era diretor-geral de Les Mutuelles de Bretagne, sua esposa alugou alguns imóveis na cidade de Brest.
O aspecto desta polêmica operação é que sua esposa comprou os imóveis com a condição que formalizasse esse aluguel, e com isso ela conseguiu obter um crédito bancário de 400 mil euros que correspondia a totalidade de seu investimento, ou seja, sua contribuição e o risco financeiro que assumiu foram praticamente nulos.
A imprensa revelou, no dia 24 de maio, os detalhes dessa transação, mas também que a sua ex-mulher tinha sido contratada por Les Mutuelles de Bretagne, que Ferrand continuou cobrando desde quando saiu e se tornou deputado, nas listas do Partido Socialista, em uma circunscrição da Bretanha.
Macron, que hoje estava visitando a mesma região, não quis se pronunciar ao ser perguntado pelos jornalistas sobre este caso, que aparece como um problema politico cada vez mais claro no contexto das eleições legislativas.