Fachada da bolsa italiana: tensões do mercado podem voltar, alertam analistas (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 28 de dezembro de 2011 às 10h04.
Milão - O custo de financiamento de curto prazo do governo da Itália caiu pela metade em um leilão de títulos nesta quarta-feira, com o novo pacote de austeridade fiscal e a liquidez de longo prazo oferecida pelo Banco Central Europeu (BCE) dando à Roma algum respiro.
A Itália vendeu 9 bilhões de euros em títulos de seis meses, pagando uma taxa média de 3,25%. Em um leilão no mês passado, o juro alcançara 6,5 por cento, maior nível da história do euro.
A demanda neste leilão totalizou 1,69 vez a quantia oferecida, contra razão de 1,5 no fim de novembro.
Também foram vendidos 1,7 bilhão de euros em bônus de 24 meses e cupom zero, a um rendimento médio de 4,85 por cento, contra 7,8 por cento há um mês.
Essa é a primeira oferta de dívida italiana desde que o BCE forneceu 490 bilhões de euros em empréstimos baratos de três anos aos bancos da zona do euro, em uma operação sem precedentes com o objetivo de aliviar restrições de crédito.
Também, antes do Natal, o Parlamento da Itália deu a aprovação final para um Orçamento austero e emergencial, que fora apresentado pelo novo governo tecnocrata para restaurar a confiança do mercado.
Mas analistas advertiram que as tensões do mercado podem voltar e apontaram para um novo teste na quinta-feira, quando a Itália venderá até 8,5 bilhões de euros em bônus de longo prazo, incluindo títulos de três e 10 anos.
"Muitas coisas mudaram em relação a um mês atrás: o governo venceu um voto de confiança em seu pacote de austeridade e o BCE agiu para ajudar os bancos", disse um operador de títulos italiano. "Isso não significa que nós possamos descartar mais leilões problemáticos. Os mercados são facilmente irritáveis." Expectativas de uma forte demanda na oferta do BCE contribuíram para uma queda igualmente dramática nos custos de financiamento de curto prazo da Espanha neste mês. O juro pago em títulos de seis meses de Madri caiu quase pela metade, para 2,4 por cento, em um leilão na véspera da operação do BCE.