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Juíza ordena que Marin seja levado à cadeia nos EUA

Marin foi acusado de aceitar mais de US$ 6 mi em troca de subornos de direitos de televisivos de torneios de futebol e pode pegar até 20 anos de prisão

Marin: os advogados tentaram interceder, alegando que o réu já se encontrava em prisão domiciliar e não oferecia risco à sociedade (REUTERS/Sergio Moraes/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 22 de dezembro de 2017 às 18h16.

A juíza Pamela Chen, da Corte do Brooklyn, em Nova York, nos Estados Unidos, aceitou o pedido dos promotores e decidiu nesta sexta-feira pela prisão imediata do ex-presidente da CBF , José Maria Marin, de 85 anos.

Marin foi considerado culpado em seis das sete acusações de corrupção: conspiração para recebimento de dinheiro ilícito, conspiração para fraude relativa à Copa Libertadores, conspiração para lavagem de dinheiro relativa à Libertadores, conspiração para fraude relativa à Copa do Brasil, conspiração para fraude relativa à Copa América e conspiração para lavagem de dinheiro relativa à Copa América. O dirigente brasileiro foi absolvido apenas da acusação de lavagem de dinheiro da Copa do Brasil.

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A magistrada não aceitou os argumentos dos advogados de Marin, que pediram que o brasileiro aguardasse a sentença em prisão domiciliar. Os advogados tentaram interceder, alegando que o réu já se encontrava em prisão domiciliar e não oferecia risco à sociedade.

Marin é dono de um apartamento de luxo na Trump Tower em Nova York, onde encontrava se recluso em prisão desde sua extradição para os EUA, em novembro de 2015, e pode pegar até 20 anos de prisão. A juíza, no entanto, justificou que precisa ter certeza de que Marin estará nos Estados Unidos para aguardar a sentença.

Marin foi acusado pela promotoria de aceitar mais de US$ 6 milhões em troca de subornos de direitos de televisivos de torneios de futebol. Parte deste dinheiro teria sido depositado em uma conta bancária em Nova York que Marin teria usado para pagar despesas pessoais.

Os jurados foram instruídos pela juíza, ouviram os argumentos finais e se reuniram para deliberar por um período de seis dias. Como o caso é muito complexo, dúvidas sobre evidências e as instruções da juíza, acarretaram na demora de um consenso. Isolados por vários dias, eles foram instruídos a não lerem notícias sobre o caso, tampouco emitir nenhum comentário fora do tribunal.

Nos Estados Unidos, em casos criminais, quando não houver unanimidade no veredicto, cabe ao juiz convocar um novo júri. Havendo a concordância da promotoria, ele também pode absolver os réus - o que dificilmente aconteceria neste julgamento.

Embora haja um veredicto sobre os culpados no julgamento, as sentenças ainda devem demorar alguns dias, pois júri não determina a penalidade. De acordo com a praxe, os juízes costumam entregar a sentença no prazo de 30 a 60 dias. O prazo para que a juíza Pamela Chen delibere a sentença é indeterminado podendo ocorrer na próxima semana ou num prazo de até dois meses. Nesse intervalo a promotoria deve estipular os prejuízos causados pelos réus para que a juíza estipule o valor das multas e da pena.

O paraguaio Juan Angel Napout, ex-presidente da Conmebol e um ex-vice-presidente da Fifa, foi considerado culpado em três de cinco acusações e também será levado para a prisão.

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