Juiz ordena busca de documentos sobre dívida da família de Macri
Um grupo de agentes foi à sede do Ministério de Comunicações em Buenos Aires para que as autoridades entreguem informações
EFE
Publicado em 20 de fevereiro de 2017 às 21h24.
Buenos Aires - Um juiz argentino aprovou nesta segunda-feira várias medidas pedidas pela Promotoria da Argentina , entre elas a busca de documentos sobre o papel do presidente do país, Mauricio Macri , e do ministro de Comunicações, Oscar Aguad, em um acordo do governo com uma empresa de familiares do líder.
Fontes oficiais confirmaram à Agência Efe que o juiz federal Ariel Lijo autorizou o pedido do promotor Juan Pedro Zoni de iniciar uma investigação para determinar possíveis "condutas delitivas" em um acordo para cobrar uma dívida da empresa Correo Argentino, que administrou o serviço oficial de correio entre 1997 e 2003.
Entre as primeiras medidas estabelecidas por Lijo está a busca de informações relativas à reunião de credores que a empresa realizou em 2002 e que ainda não está resolvida.
Um grupo de agentes foi à sede do Ministério de Comunicações em Buenos Aires para que as autoridades entreguem informações sobre antecedentes e projetos sobre os correios.
As mesmas fontes disseram que não se trata de uma operação de busca e apreensão, mas sim de um "procedimento" para obter as informações solicitadas.
Na semana passada, Macri anunciou a decisão de instruir o Ministério de Comunicações a voltar à "estaca zero" no acordo com a empresa.
Um conflito de interesses por causa do vínculo do presidente com os acionistas da companhia gerou forte polêmica.
As críticas começaram a surgir há duas semanas, quando a procuradora-geral Gabriela Boquín questionou o acordo, ainda não homologado pela Justiça.
Segundo ela, o pacto era "abusivo" porque praticamente concedia o perdão da dívida à empresa.
A dívida é de 2001 e chega a 292 milhões de pesos, que na época valia a mesma quantia em dólares. Atualmente, devido à desvalorização da moeda argentina, o valor caiu para US$ 18 milhões.
Macri defendeu a atuação de Aguad e do Ministério das Comunicações, mas decidiu recuar no acordo.