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Jovem saudita que fugiu da família encerra conta no Twitter após "ameaças"

A jovem afirmou que fugia da violência física e psicológica de sua família e que desejava renunciar ao Islã

Tailândia: a jovem saudita de 18 anos aguarda a aprovação de seu asilo (TWITTER/ @rahaf84427714/Reuters)

Tailândia: a jovem saudita de 18 anos aguarda a aprovação de seu asilo (TWITTER/ @rahaf84427714/Reuters)

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AFP

Publicado em 11 de janeiro de 2019 às 13h10.

Uma jovem saudita que foi detida na Tailândia depois de ter fugido de sua família encerrou repentinamente a sua conta no Twitter, que havia usado para comover o mundo inteiro, depois de receber "ameaças" de morte, segundo explicam seus amigos.

Nesta sexta-feira (11), a jovem publicou um tuíte misterioso: "tenho boas e más notícias", e depois a sua conta foi desativada.

"Rahaf recebeu ameaças de morte e, por esta razão, encerrou a sua conta no Twitter. Por favor, salvem a vida de Rahaf", tuitou @nourahfa313, que apoiou a campanha da jovem saudita nas redes sociais.

A fuga de Rahaf Mohamed al-Qunun, de 18 anos, do reino ultraconservador, mobilizou as organizações de defesa dos direitos humanos e, em princípio, as autoridades tailandesas ameaçaram enviá-la de volta ao seu país.

Detida no final de semana passado em sua chegada a Bangcoc saída do Kuwait, a jovem, equipada com seu celular e uma conta no Twitter aberta apressadamente, se trancou em um quarto de hotel do aeroporto e forçou às autoridades tailandesas a mudar de ideia.

A polícia imigratória tailandesa a colocou sob proteção de representantes da Agência da ONU par aos Refugiados (Acnur).

A jovem declarou querer pedir asilo na Austrália, assegurando que fugia da violência física e psicológica de sua família, que desmentiu as acusações. Al-Qunun também afirmou à ONG Human Rights Watch (HRW) que desejava renunciar ao Islã, o que a coloca "em grave perigo", apontou a organização.

"Creio que tenha recebido ameaças de morte, mas não sei os detalhes", declarou Phil Robertson, representante da HRW.

A campanha midiática da saudita fez com que seu caso fosse analisado de maneira urgente, mas, embora as autoridades australianas tenham anunciado que estudavam seu pedido de asilo, ainda não se sabe qual país aceitará acolhê-la.

A Tailândia não é signatária de uma convenção da ONU sobre os refugiados, e os solicitantes de asilo costumam ser expulsos ou esperam anos antes de serem enviados a um terceiro país.

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