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Jornalista saudita foi estrangulado e esquartejado, diz procurador turco

O documento turco indica que Jamal Khashoggi foi assassinado de forma planejada, depois de entrar no consulado saudita no dia 2 de outubro

Khashoggi: o jornalista saudita foi visto com vida pela última vez em 2 de outubro (Osman Orsal/Reuters)

Khashoggi: o jornalista saudita foi visto com vida pela última vez em 2 de outubro (Osman Orsal/Reuters)

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EFE

Publicado em 31 de outubro de 2018 às 11h57.

Última atualização em 31 de outubro de 2018 às 12h41.

Istambul - A promotoria de Istambul, que investiga o assassinato do jornalista opositor saudita Jamal Khashoggi no consulado do seu país nessa cidade, confirmou nesta quarta-feira que o repórter foi estrangulado e, em seguida, esquartejado.

As autoridades turcas divulgaram esta informação em uma declaração escrita, reproduzida pela emissora "CNNTürk", um dia depois de reunir-se com o promotor-chefe saudita encarregado de investigar o caso.

O documento da instituição judicial indica que "Jamal Khashoggi foi assassinado mediante estrangulamento, de forma planejada de antemão, imediatamente depois de entrar em 2 de outubro de 2018 no consulado da Arábia Saudita em Istambul para recolher documentos relativos ao seu casamento".

"O corpo de Jamal Khashoggi foi eliminado mediante desmembramento, também de forma planejada, depois que o mataram por estrangulamento", detalha o mesmo comunicado.

O texto ressalta que os representantes da promotoria turca se reuniram na segunda-feira com o promotor-chefe saudita, Saud el Moyeb, que tinha chegado no dia anterior a Istambul para uma visita de trabalho.

Durante esta reunião, os juristas turcos exigiram aos sauditas por escrito a resposta a três perguntas: onde está o corpo de Khashoggi, se tinham qualquer informação sobre o planejamento prévio do assassinato, e quem é o 'colaborador local' que, segundo declarações de Riad, era o encarregado de desfazer-se do corpo.

A delegação saudita se reuniu com a turca mais uma vez nesta terça-feira, "e estas perguntas foram repetidas, sublinhando que se está esperando uma resposta", ao que os sauditas prometeram responder nesse mesmo dia, afirma o comunicado.

No entanto, a contestação escrita enviada pelo promotor saudita hoje a seu homólogo turco consiste apenas em um "convite ao promotor-chefe de Istambul e sua equipe a vir à Arábia Saudita com todas as provas para investigar conjuntamente" o caso.

Além disso, El Moyeb esclareceu que as autoridades sauditas não têm constância alguma de um 'colaborador local' turco, contradizendo assim a versão oficial saudita divulgada anteriormente.

"Apesar de toda a nossa boa vontade, não obtivemos nenhum resultado concreto das conversas" com a equipe saudita, lamenta o comunicado turco.

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