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Jornal digital de Yoani Sánchez é desbloqueado em Cuba

O jornal digital independente '14ymedio', da blogueira oposicionista Yoani Sánchez, foi lançado nesta semana e logo foi bloqueado


	Yoani Sánchez é blogueira de Cuba
 (REUTERS/Ueslei Marcelino)

Yoani Sánchez é blogueira de Cuba (REUTERS/Ueslei Marcelino)

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Da Redação

Publicado em 25 de maio de 2014 às 15h01.

Havana - O jornal digital independente '14ymedio', da blogueira oposicionista Yoani Sánchez, pode ser acessado sem problemas neste domingo em Cuba, após permanecer bloqueado no país desde o seu lançamento nesta semana.

'Já está acessível @14ymedio na rede em #Cuba. Apressem-se usuários do Nauta (internet de Cuba)! antes do próximo bloqueio http://flic.kr/p/nrD9gL', informou a própria Yoani Sánchez por meio de sua conta no Twitter.

Reinaldo Escobar, membro do conselho da nova publicação e marido de Yoani Sánchez, disse à Agência Efe que é melhor esperar para ver se o desbloqueio terá alguma 'duração', pois com o portal 'Desde Cuba' se criou 'confusão' pela instabilidade na acessibilidade.

'Minha opinião pessoal é que é preciso esperar para saber se (o desbloqueio) é um acidente ou uma tática', afirmou.

Yoani Sánchez lançou o '14ymedio' na quarta-feira, mas horas depois não era possível acessá-lo e ao se procurar o jornal na rede aparecia um site chamado 'Yoani$landia', que reunia artigos de blogueiros e jornalistas governistas com referências críticas a ela.

A própria blogueira denunciou a situação no Twitter e ensinou um mecanismo para se acessar o jornal utilizando um 'proxy' anônimo.

O desbloqueio da publicação independente ocorreu horas depois do diário oficial Granma, porta-voz do Partido Comunista de Cuba (PCC), afirmar ontem que o jornal de Yoani é parte de um plano dos Estados Unidos contra a ilha e que seu propósito fundamental é 'alimentar as campanhas de desinformação e difamação contra Cuba'.

'Para justificar a execução e promoção de projetos desta natureza contra Cuba, o governo dos Estados Unidos argumenta seu interesse em facilitar o livre fluxo de informação ao povo cubano, quando é o próprio governo e congresso desse país que ao longo dos anos promulgaram leis, regulações e políticas que impedem o livre acesso à informação do povo de Cuba', denunciou o Granma.

'Granma me dedica um ataque. Outro recorte para guardar aos meus netos', disse Yoani em sua conta no Twitter.

Ao apresentar o jornal, a oposicionista advertiu que um dos desafios da publicação digital é poder chegar a muitos leitores dentro e fora de Cuba, um país que apresenta uma das taxas de conectividade mais baixas do mundo.

Só é possível acessar a internet em Cuba em hotéis ou salas públicas de navegação, que nos últimos tempos aumentaram, mas as tarifas são muito altas para a maioria dos cubanos.

Atualmente, apenas determinados profissionais conseguem acessar a internet no país, como médicos, jornalistas, acadêmicos, intelectuais e artistas.

As autoridades da ilha afirmam que o serviço será aprimorado, mas esta não é uma prioridade. EFE

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