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Jordânia enforca radicais em represália à execução de piloto

A Jordânia enforcou dois jihadistas, incluindo iraquiana, em represália à execução de um piloto jordaniano, que foi queimado vivo pelo Estado Islâmico


	Sajida-al-Rishawi: Sajida foi condenada à morte por participação nos atentados de 2005 em Amã
 (Getty Images / Marco Di Lauro / Stringer)

Sajida-al-Rishawi: Sajida foi condenada à morte por participação nos atentados de 2005 em Amã (Getty Images / Marco Di Lauro / Stringer)

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Da Redação

Publicado em 4 de fevereiro de 2015 às 16h21.

Amã - A Jordânia enforcou, nesta quarta-feira, dois jihadistas, incluindo a iraquiana Sajida al-Rishawi, em represália à bárbara execução de um piloto jordaniano, queimado vivo pelo grupo Estado Islâmico (EI).

Este novo crime bárbaro foi condenado em todo o mundo. Neste sentido, a Al-Azhar, uma das instituições do Islã sunita mais renomadas, ordenou nesta quarta-feira que "matem, crucifiquem e amputem mãos e pés dos terroristas do EI".

Por sua vez, o rei da Jordânia, Abdullah II, prometeu uma resposta severa aos jihadistas.

"O sangue do mártir Maaz al-Kassasbeh não será em vão e a resposta da Jordânia e de seu exército depois do que nosso querido filho passou será severa", declarou o rei em um comunicado.

O monarca se reuniu nesta quarta-feira com funcionários militares e da segurança do alto escalão depois de abreviar uma viagem a Washington devido à publicação de um vídeo do EI exibindo a execução do piloto.

O EI havia ameaçado matar o piloto jordaniano Maaz al-Kassasbeh, capturado pelos jihadistas em dezembro quando seu avião caiu na Síria, se a Jordânia não libertasse Al-Rishawi.

Rishawi, condenada à morte por participação nos atentados de 2005 em Amã, e Ziad Arbuli, dirigente iraquiano da Al-Qaeda, foram enforcados na penitenciária de Swaqa (70 km ao sul de Amã), anunciou o porta-voz do governo, Mohammad Momani.

Amã exigia, antes da libertação da jihadistas, provas de que o piloto, que participava nos bombardeios da coalizão liderada pelos Estados Unidos contra o grupo EI, estava vivo.

O rei Abdullah II, da Jordânia, encurtou a visita aos Estados Unidos para retornar em caráter urgente à Jordânia.

Antes de voltar, Abdullah, aliado histórico dos Estados Unidos, se reuniu em Washington com o presidente Barack Obama.

"O presidente e o rei Abdullah reafirmaram que o abominável morte deste corajoso jordaniano reforçará a determinação da comunidade internacional a destruir o EI", declarou um porta-voz do governo americano.

Logo após a divulgação do vídeo da morte do piloto, o governo da Jordânia prometeu vingança coma a execução de Rishawi.

Em dezembro, Amã retomou as execuções de condenados à morte, acabando com uma moratória de cinco anos.

No vídeo de 22 minutos divulgado pelo jihadistas, com imagens chocantes, um homem vestido com uma roupa de cor laranja, aparentemente encharcada com algum líquido, e apresentado como Kassasbeh, aparece preso dentro de uma jaula metálica.

Um homem encapuzado, identificado como um "emir de uma região bombardeada pela coalizão de Cruzados", pega uma tocha e põe fogo à gasolina, previamente espalhada. As chamas se propagam na jaula e consomem as roupas do piloto.

O torturado tenta, em vão, proteger-se, antes de ser transformado em uma bola de fogo.

Em 10 dias, o Estado Islâmico reivindicou a execução de dois reféns japoneses e do piloto.

Desde agosto de 2014, o grupo jihadista anunciou as mortes de outros cinco reféns ocidentais sequestrados na Síria: três americanos e dois britânicos.

Responsável por várias atrocidades e acusado pela ONU de crimes contra a humanidade, o EI, formado por dezenas de milhares de combatentes, aproveitou a guerra na Síria e a instabilidade no Iraque para conquistar amplos territórios nos dois países.

A coalizão antijihadista tenta conter o avanço do grupo com bombardeios no Iraque e na Síria.

No mesmo vídeo, o EI divulga as fotos, nomes e endereços dos pilotos jordanianos que participam na coalizão e promete uma recompensa de "100 moedas de ouro" para os que matem os "pilotos cruzados".

Segundo um canal de TV estatal jordaniano, a execução do piloto teria acontecido em 3 de janeiro, o que dá a entender que Amã já estava a par da morte.

Após a divulgação do vídeo, manifestações foram registradas nas cidades de Amã e Karak, berço da influente tribo de Kassasbeh, de onde o piloto era procedente.

França e Grã-Bretanha, integrantes da coalizão, internacional, condenaram o assassinato.

As monarquias do Golfo também condenaram o crime e afirmaram que "os atos do EI são um mal que deve ser erradicado pelas sociedades civilizadas".

O primeiro-ministro japonês Shinzo Abe e o secretário-geral da ONU foram outros a condenar a execução.

"O piloto era o primeiro indivíduo diretamente envolvido na coalizão capturado pelo EI. Sua execução é um ato de guerra", afirmou Shiraz Maher, pesquisador do International Centre for Study of Radicalisation de Londres.

O grande imã da Al Azhar, xeque Ahmed al Tayeb, por sua vez, "condenou com firmeza este ato terrorista covarde, que precisa do castigo previsto pelo Corão para estes agressores corruptos que combatem Alá e seu profeta: a morte, a crucificação e a amputação de mãos e pés", segundo afirma o comunicado oficial publicado na noite de terça-feira.

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