Brexit: Johnson deve enviar uma carta para a UE pedindo o adiamento até sabádo (Ian Forsyth/Getty Images)
EFE
Publicado em 16 de outubro de 2019 às 08h33.
Última atualização em 16 de outubro de 2019 às 09h10.
Londres — O ministro para o Brexit do Reino Unido, Steve Barclay, afirmou nesta quarta-feira que o primeiro-ministro Boris Johnson cumprirá a legislação onde exige a solicitação do adiamento do Brexit se não houver acordo antes do próximo dia 19.
Em declaração perante a comissão parlamentar para saída do país do bloco europeu, Barclay indicou que o líder conservador escreverá uma carta para a União Europeia (UE) solicitando uma prorrogação, se antes de sábado, Londres e Bruxelas não alcançaram um acordo de saída.
"Posso confirmar, como foi indicado de maneira reiterada pelo primeiro-ministro, que em primeiro lugar o Governo cumprirá a lei, e em segundo lugar, cumprirá as garantias dadas ao tribunal (da Escócia) em relação à legislação", afirmou Barclay, às vésperas da crucial cúpula europeia, convocada para amanhã e sexta-feira.
O ministro do Brexit referiu-se à decisão do Tribunal de Sessões de Edimburgo, no último dia 7, que obriga Johnson a solicitar uma extensão em caso que não houvesse acordo.
O tribunal considerou que o líder tory e o Governo haviam fornecido "garantias inequívocas" de que cumpririam a chamada "lei Benn", aprovada pelo Parlamento em setembro, que estabelece a necessidade de pedir uma prorrogação das negociações se não houver consenso até o dia 19.
Barclay afirmou que o importante agora é conseguir um acordo com Bruxelas e avaliar, em seguida, se pode ser aprovado no Parlamento. "Esse é o teste em que estamos focados", acrescentou.
"As questões que temos hoje, do ponto de vista do Governo, é ver como obtemos um acordo e saímos da UE de maneira tranquila e ordenada, pois o primeiro-ministro e o governo estão absolutamente comprometidos em sair em 31 de outubro", disse.
Os negociadores britânicos e do bloco comunitário continuam hoje os contatos para tentar chegar a um acordo antes da cúpula, que em princípio deve aprovar esse texto.
As negociações receberam um impulso positivo nos últimos dias, após uma reunião entre o primeiro-ministro da Irlanda, Leo Varadkar e Johnson, na semana passada.
O grande obstáculo das conversas continua sendo como evitar uma fronteira difícil entre as duas Irlandas, para não prejudicar o processo de paz na província britânica e na economia.
O premier, que repetidamente disse preferir estar "morto em um fosso" do que pedir uma prorrogação a Bruxelas, realizada hoje uma reunião de seu gabinete, onde informará aos seus ministros sobre o andamento dos contatos com o bloco comunitário.
Pela chamada "lei Benn", Johnson é obrigado a pedir uma prorrogação do Brexit, se não houver uma acordo até o próximo sábado.