Morador de Tabqa com a bandeira do grupo Estado Islâmico, perto da cidade de Raqqa, na Síria (Reuters)
Da Redação
Publicado em 15 de setembro de 2014 às 22h34.
A última ponte de Deir Ezzor (leste da Síria) foi destruída nesta segunda-feira, possivelmente pelas forças do regime, cortando assim a última linha de abastecimento dos jihadistas do Estado Islâmico (EI), que controlam metade da cidade, de acordo com uma ONG.
"Uma explosão foi ouvida perto de Deir Ezzor nesta manhã e a 'ponte Política' desabou", explicou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
Localizada perto da fronteira com o Iraque, Deir Ezzor é banhada pelo rio Eufrates. Metade da cidade está em poder do EI e a outra é controlada pelo regime. Em julho, o EI expulsou os rebeldes da região.
De acordo com o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman, "todos os sinais indicam que o regime é o responsável pela explosão".
A "ponte Política" era uma dos quatro sobre o rio. As outras três já foram destruídas.
Com a destruição dessa ponte, a parte da cidade controlada pelo EI está cercada, afirmou Abdel Rahman. Segundo ele, dezenas de milhares de pessoas não têm para onde ir.
Segundo Mohammad al-Khleif, um militante moderado da cidade, "o deslocamento em Deir Ezzor se tornou extremamente difícil. Combatentes e civis são obrigados a usar embarcações para atravessar o rio".
As forças do regime acentuaram sua campanha contra o EI nas últimas semanas, no momento em que os Estados Unidos - que montaram uma coalizão contra o grupo ultra-radical - deixaram claro que não vão cooperar com Damasco no combate a este inimigo comum.
Os jihadistas do EI controlam cerca de 25% do território sírio, segundo o geógrafo francês Fabrice Balanche, especialista em Síria.
No norte do país, pelo menos dez civis morreram em ataques aéreos do regime contra áreas rebeldes de Aleppo, de acordo com o OSDH.
Na cidade rebelde de Talbissé, perto de Homs (centro), ataques aéreos com barris cheios de explosivos mataram 15 civis, incluindo três crianças.
O conflito na Síria deixou mais de 191.000 mortos em três anos, segundo a ONU.