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Jihadistas capturam milirares e políticos do antigo regime

Foram capturados mais de 15 altos funcionários do antigo exército, como o general Abdullah Hanoush, general-de-brigada Hussein Ali Awad e antigos oficiais


	Militantes jihadistas na fronteira entre Síria e Iraque
 (AFP)

Militantes jihadistas na fronteira entre Síria e Iraque (AFP)

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Da Redação

Publicado em 8 de julho de 2014 às 19h11.

Mossul (Iraque) - O grupo jihadista Estado Islâmico (EI) lançou nesta terça-feira uma campanha de captura contra responsáveis militares e políticos do antigo regime de Saddam Hussein, enquanto o exército do Iraque continua as operações contra os insurgentes.

Uma fonte militar iraquiana informou à Agência Efe que os combatentes do EI capturaram vários oficiais do antigo exército do Iraque em diferentes áreas da província de Ninawa, sob seu controle desde 10 de junho.

Mais de 15 altos funcionários do antigo exército, entre eles o general Abdullah Hanoush, o general-de-brigada Hussein Ali Awad e alguns antigos oficiais de uma milícia baathista leal ao ex-vice-presidente de Saddam, Izzat al-Douri.

Um ativista, que vive em Mossul e que pediu anonimato, confirmou essas detenções e contou que entre eles estão dois dos dirigentes do partido Baath antes da invasão americana em 2003, Fadel e Seif al Din al Mash-hadani, além de dois oficiais da milícia de Al-Douri.

O ativista disse desconhecer as razões dessas prisões, e revelou que os xeques tribais locais começaram os contatos com os dirigentes do EI para pedir a libertação dos detidos.

Os jihadistas radicais foram apoiados nos combates contra as forças iraquianas pelos combatentes tribais e milícias formadas por antigos oficiais baathistas.

A fonte também contou que o EI retirou das ruas de Mossul os combatentes que aderiram recentemente ao grupo e que "provavelmente, foram transferidos para os acampamentos para receber treinamento".

Já o Ministério do Interior informou em comunicado que a aviação destruiu hoje mais de 45 veículos de um comboio dos jihadistas, e que todos os ocupantes morreram, quando iam para a refinaria da cidade de Biji, na província de Saladino (ao norte de Bagdá).

A nota explicou que a caravana estava formada por 60 veículos e saiu da cidade de Mossul com destino à citada refinaria, a maior do país, embora as autoridades não tenham informado sobre as baixas nas fileiras jihadistas neste ataque.

Os combatentes do Estado Islâmico tentaram em várias ocasiões tomar o controle desta refinaria, mas fracassaram por causa dos ataques aéreos e da resistência das forças de segurança que protegem as instalações.

Por outro lado, o porta-voz do exército, general Qasem Ata, disse hoje em entrevista coletiva que, nas últimas horas, as tropas tomaram o controle de "todos os acessos" a Tikrit, capital provincial de Saladino.

"As forças de segurança alcançarão em breve o objetivo de entrar em Tikrit, e com perdas mínimas", acrescentou.

Em nível político, o parlamentar iraquiano mais antigo, Mahdi al Hafez, que preside interinamente as reuniões da Câmara, adiantou para o próximo domingo a segunda sessão do parlamento do Iraque, chave para começar a escolher as autoridades do país, após as críticas recebidas na véspera por tê-la adiado até 12 de agosto.

Hafez explicou que após consultar os dirigentes dos blocos políticos decidiu mudar a data, "pelo interesse público e pela democracia".

Além disso, pediu que se trabalhe por um consenso sobre as candidaturas a presidente e vice do Parlamento para começar o período legislativo e formar posteriormente um governo.

O Iraque está imerso em uma grave crise devido ao avanço de grupos insurgentes sunitas, que em 10 de junho tomaram o controle de Mossul, a segunda cidade do país, e dali avançaram por outras zonas do norte e do centro.

Os jihadistas do EI declararam em 29 de junho um califado islâmico que abrange desde a província síria de Aleppo até o estado iraquiano de Diyala. EFE

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