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Javier Milei lidera pesquisas e tem chance de vencer na Argentina em 1º turno

Candidato ultraliberal tem se mantido na frente enquanto rivais enfrentam dificuldades para atrair mais votos

Javier Milei: candidato de ultradireita lidera pesquisas na Argentina (Erica Canepa/Getty Images)
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 4 de outubro de 2023 às 15h13.

Última atualização em 4 de outubro de 2023 às 15h30.

As eleições na Argentina entram na reta decisiva em outubro, e Javier Milei , candidato de extrema-direita, se mantém à frente. Mais votado nas primárias, em agosto, ele tem conseguido se manter como o principal nome da disputa, com possibilidade de vencer já no primeiro turno, no dia 22.

Segundo um compilado das últimas pesquisas divulgadas entre o fim de agosto e 1º de outubro, elaborado pelo jornal El País, Milei tem atualmente 35,3% dos votos, contra 30% de Sergio Massa, candidato governista e de esquerda, e 25,9% de Patrícia Bullrich, de centro-direita e ligada ao ex-presidente Mauricio Macri (2015-19).

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Se os percentuais se manterem, haverá segundo turno entre Milei e Massa, a ser disputado em 19 de novembro.

No entanto, Milei tem rejeição mais baixa que os principais rivais. Uma das pesquisas, feita pela consultoria CB e divulgada pelo Clarín, apontou que Milei pode chegar a 47,2% como máximo de votos (a conta considera votos seguros e prováveis) e tem rejeição de 44,1%.

Já Bullrich tem teto de votos de 40,7%, com 47,9% de rejeição. Massa tem 37% de teto e 52,2% de rejeição. O estudo ouviu 4.072 pessoas, entre 25 e 28 de setembro.

Para vencer no primeiro turno, o candidato deve ter 45% dos votos - ou obter 40% com uma diferença superior a 10 pontos percentuais para o segundo colocado.

No último domingo, dia 1º, houve o primeiro debate presidencial na TV argentina, que teve audiência de mais de 40 pontos. Nenhum dos rivais de Milei teve um desempenho surpreendente: Massa, que é ministro da Economia, pediu desculpas pelos erros do governo, e Bullrich não apresentou propostas claras do que pretende fazer para resolver problemas como a inflação altíssima no país.

Milei, que apostou em falas polêmicas, como minimizar os crimes da ditadura argentina, teve o desempenho esperado e não deve perder votos. Uma situação dessa o favorece, já que ele foi o mais votado nas primárias, com 30,04% de preferência. Ainda não foram divulgadas pesquisas de peso feitas após o programa, mas enquetes online mostraram que o candidato ultraliberal teve desempenho superior aos rivais e pode ganhar mais votos.

Dólar dispara na Argentina

Uma possível vitória de Milei, ou mesmo a chance de segundo turno entre ele e Massa, tem levado o mercado a elevar a procura por dólares. Nesta quarta, 4, a cotação paralela da moeda americana, chamada de dólar blue, subiu 35 pesos em um dia, para 845 pesos no começo da tarde. Na cotação oficial, a que poucos conseguem acesso, um dólar custa 365 pesos.

A alta da moeda é puxada pela preocupação de investidores e bancos, que temem como ficará a situação da economia no dia seguinte à eleição e correm para aumentar suas reservas em dólares.

Também nesta quarta, um relatório do Banco Mundial alertou que a economia argentina deve ter queda de 2,5% este ano. A entidade também alertou que dolarizar a economia não funcionará se o país não tiver as contas públicas em ordem.

Milei defende dolarizar a economia da Argentina e acabar com o Banco Central, entre outras medidas radicais para tentar conter a inflação. As ideias são criticadas por economistas, que consideram os planos como inviáveis.

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