Em visita a Pequim, primeiro ministro japonês pede que chineses retomem negociações com Coreia do Norte (Alex Wong/Getty Images/AFP)
Da Redação
Publicado em 25 de dezembro de 2011 às 16h50.
Pequim - O primeiro-ministro japonês Yoshihiko Noda estendeu a mão para ajudar a China a lidar com a Coreia do Norte e promover a estabilidade no fechado país após a morte do antigo líder Kim Jong Il. A primeira visita oficial de Noda à cidade de Pequim seria normalmente utilizada para promover assuntos bilaterais, como a disputa por ilhas reivindicadas por ambos os países, mas a morte de Kim em 17 de dezembro e o anúncio de que seu filho Kim Jong Un será o líder supremo norte-coreano mudaram o foco do encontro.
Noda, o primeiro líder estrangeiro a se reunir com as autoridades chinesas desde a morte de Kim, enfatizou a necessidade de retomada das congeladas negociações envolvendo seis partes sobre o programa nuclear da Coreia do Norte. "Estamos enfrentando uma nova situação no leste da Ásia", disse Noda aos repórteres após mencionar a morte de Kim.
"Sobre esse assunto, é muito propício trocar visões com o anfitrião das conversas envolvendo as seis partes e o país com maior influência na Coreia do Norte", disse Noda, referindo-se à China. "Assegurar a paz e a estabilidade na península coreana é o interesse comum dos nossos dois países."
Os comentários de Noda foram feitos antes de um encontro com o primeiro-ministro da China, Wen Jiabao. Ele se encontrará com o presidente Hu Jintao na segunda-feira antes de retornar ao Japão. A sua visita à China foi programada antes do anúncio, em 19 de dezembro, da morte de Kim.
As conversações de seis partes, que também incluem as duas Coreias, Estados Unidos e a Rússia, destinam-se a desarmar a Coreia do Norte de sua capacidade nuclear. Pyongyang abandonou as negociações em 2009 e realizou, posteriormente, um segundo teste nuclear, mas agora deu sinais de que pretende voltar a participar das conversas.
No ano passado, o governo norte-coreano foi acusado de dois ataques militares contra a Coreia do Sul, o que ampliou as tensões na península. Noda, que assumiu o cargo em setembro, teve um encontro bilateral com Hu em novembro durante a reunião regional Ásia-Pacífico no Hawai.
O Japão não tem relações diplomáticas com a Coreia do Norte, enquanto a China é o país mais envolvido em dar suporte à empobrecida nação, suprindo-a de ajuda alimentar e também de recursos energéticos. Noda também discutiria a possibilidade de empréstimo de pandas para um zoológico de Sendai para ajudar a animar a região em seus esforços de recuperação do terremoto e tsunami de março.
O Japão e a China têm uma lista de tópicos sensíveis sobre os quais buscam um avanço, incluindo as disputas territoriais no mar da China e também em relação à prisão de pescadores acusados de atuarem em áreas proibidas. Noda e Wen observaram que 2012 representa o 40º aniversário das relações diplomáticas entre os dois países e que as duas nações desejam estreitar suas ligações para celebrar a ocasião. Autoridades dos dois países também assinaram memorandos de entendimento para intercâmbio de jovens e para a criação de um fundo de investimentos para proteção ambiental e energia limpa.