Porta-voz do governo japonês, Yoshihide Suga: "diferença entre a Adiz da China e a da Coreia do Sul é que a sul-coreana não cobre nosso território", disse (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 9 de dezembro de 2013 às 08h24.
Tóquio - O governo japonês anunciou que não considera um "problema" a ampliação de Zona de Defesa de Identificação Aérea (Adiz) da Coreia do Sul, por não violar a "liberdade de voo nem o espaço aéreo internacional".
"A diferença entre a Adiz da China e a da Coreia do Sul é que a sul-coreana não cobre nosso território marítimo ou aéreo", disse nesta segunda-feira o ministro porta-voz do governo japonês, Yoshihide Suga, em entrevista coletiva na qual revelou que Seul havia informado antes a Tóquio sobre sua decisão.
A Coreia do Sul anunciou ontem que no próximo dia 15 ampliará sua zona de identificação aérea, em resposta à decisão unilateral da China de estender a sua.
Apesar de o novo perímetro de defesa sul-coreano se sobrepor ao japonês, o ministro japonês reiterou que "não representa um problema" para as relações entre os dois países, já que a Coreia do Sul garantiu a Tóquio que as companhias aéreas japonesas poderão continuar operando na região como fizeram até agora.
O porta-voz do Departamento de Estado americano, Jen Psaki, elogiou ontem os esforços de Seul para realizar a ação de maneira "responsável" ao consultá-lo antes com todos os países envolvidos.
Por sua vez, o novo traçado da Adiz chinesa, que também se sobrepõe à Coreia do Sul e Japão, obriga todas as aeronaves que sobrevoem a região a informar previamente às autoridades do gigante asiático.
As zonas de defesa aérea da Coreia do Sul e China abrangem a ilhota submersa de Ieodo (Rocha de Suyan, em chinês), sobre o qual Seul exerce um controle de fato por ter instalado ali uma plataforma de pesquisa científica, mas que Pequim considera parte de sua Zona Econômica Exclusiva (ZEE).
A nova Adiz planejada pela China também irritou o Japão, já que cobre as ilhas Senkaku/Diaoyu, que Tóquio administra mas que Pequim reivindica.
A China foi duramente criticada pelo Japão, Coreia do Sul e pelos Estados Unidos por sua decisão unilateral de expandir seu perímetro de defesa aérea, o que aumentou a tensão na zona.