Itália resgata mais de 290 imigrantes no Mediterrâneo
Há pessoas que procuram reagrupamento familiar, mas também pessoas com status de refugiados e solicitantes de asilo, disse porta-voz do MSF
EFE
Publicado em 2 de abril de 2018 às 13h48.
Última atualização em 2 de abril de 2018 às 13h55.
Messina - Mais de 290 imigrantes chegaram ao porto de Messina, na Itália , a bordo da embarcação Aquarius, apenas dois dias depois de as autoridades marítimas da Europa terem impedido o resgate de outras cem pessoas no Mar Mediterrâneo, deixando-as sob a tutela da Guarda Costeira da Líbia.
O processo de desembarque foi coordenado por membros da polícia da Sicília, médicos locais, proteção civil e da Cruz Vermelha da Itália, em parceria com a Médicos Sem Fronteiras (MSF) e a SOS Mediterranée, as duas ONGs que fretaram a embarcação.
Depois de serem fotografados por agentes da prefeitura da cidade, os feridos e doentes foram transferidos para um hospital em Messina. Os demais foram direcionados para um centro de amparo.
Eles serão identificados por funcionários da Agência das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), da Organização Internacional de Migrações (OIM), da Cruz Vermelha e da ONG Save The Children.
"Há todos os tipos de casos. Sempre há pessoas vulneráveis, doentes, que procuram reagrupamento familiar, migrantes econômicos, mas também pessoas com status de refugiados e solicitantes de asilo. Cada caso é estudado e encaminhado para o local correspondente porque são diferentes", explicou Catalina Arenas, responsável humanitária da MSF no Aquarius, em entrevista à Agência Efe.
Os imigrantes foram resgatados ao longo da Semana Santa pela Aquarius em águas internacionais na frente do litoral da Líbia, país onde atuam as maiores máfias de tráfico de pessoas no Mediterrâneo.
Os dois primeiros resgates, realizados na quinta e sexta-feira, salvaram a vida de 253 pessoas que navegavam sem rumo pelo mar após terem saído da cidade de Zawara, na Líbia, em dois pequenos botes.
As outras 39 foram resgatadas no sábado e viajavam com outras cem que ficaram sob a tutela da Guarda Costeira da Líbia depois de as autoridades italianas terem abortado a operação da Aquarius.