Mundo

Itália e Tunísia chegam a acordo de cooperação em imigração

Governo italiano confirmou que a Tunísia aceitou combater a imigração ilegal e repatriar quem chegar até o país europeu, mas não deu mais detalhes

Imigrantes ilegais chegam à ilha de Lampedusa, na Itália: crise imigratória no Mediterrâneo (Marco Di Lauro/Getty Images)

Imigrantes ilegais chegam à ilha de Lampedusa, na Itália: crise imigratória no Mediterrâneo (Marco Di Lauro/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 5 de abril de 2011 às 16h48.

Roma - Itália e Tunísia chegaram nesta terça-feira a um acordo de cooperação na luta contra a imigração ilegal, anunciou o ministro de Interior italiano, Roberto Maroni.

O acordo foi feito um dia após o primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, se reunir com o governante tunisiano, Beji Caid Essebsi, sem que ambos chegassem a resultados concretos.

Maroni anunciou o acordo em um pronunciamento na embaixada da Itália em Túnis, após retornar ao país norte-africano para uma reunião com representantes do governo local que durou quase nove horas.

"Assinamos hoje um acordo técnico sobre a cooperação entre os dois países contra a imigração ilegal: além do reforço da colaboração entre as forças policiais, estão previstas também as repatriações", disse Maroni, em declarações publicadas pela imprensa italiana.

"Estou satisfeito: foi um trabalho longo e difícil, mas o resultado é importante. Começa agora uma fase de cooperação mais intensa entre os dois países, que será preciso pôr em prática, mas existem todos os recursos para a gestão e a luta contra a imigração ilegal", acrescentou.

O ministro não quis dar mais detalhes sobre o conteúdo do acordo, que, segundo explicou, será exposto nesta quarta-feira na reunião da Comissão da Unidade de Crise sobre o assunto e será apresentado a Berlusconi.

"São intervenções para prevenir a imigração ilegal que nos permitem fechar a torneira e são o que pretendíamos fazer em plena colaboração com as forças de segurança tunisianas, colaborando e protegendo-as de todas as formas necessárias", prosseguiu Maroni.

Desde segunda-feira, uma comissão técnica dos governos da Itália e Tunísia trabalhava em um acordo que pudesse frear o fluxo em massa de imigrantes do litoral tunisiano em direção às Itália, sobretudo à ilha de Lampedusa, de onde pouco a pouco os imigrantes ilegais vão sendo deslocados a outros pontos do país.

O próprio Berlusconi viajou nesta segunda-feira para se reunir com Essebsi e obter o compromisso da Tunísia de repatriar cerca de 100 imigrantes ao dia, depois que neste ano mais de 22 mil imigrantes ilegais, quase todos tunisianos, desembarcaram no litoral da Itália.

Após o encontro, Berlusconi anunciou que a assinatura do acordo de colaboração entre os dois países deveria esperar, embora tenha afirmado que existia "absoluta vontade" de ambas partes em encontrar uma solução que garantisse a vigilância do litoral da Tunísia.

Acompanhe tudo sobre:ÁfricaDiplomaciaEuropaImigraçãoItáliaPaíses ricosPiigs

Mais de Mundo

Apagão cibernético: Governos descartam suspeitas de ataques hacker e mantêm contatos com Microsoft

Apagão cibernético já gerou cancelamento de quase 1.400 mil voos pelo mundo; veja situação por país

António Guterres se diz "decepcionado" após Parlamento de Israel votar contra Estado palestino

Parlamento de Israel votou contra criação de Estado palestino por considerar 'ameaça existencial'

Mais na Exame