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Itália critica considerações políticas em decisão da S&P

Segundo o governo, as avaliações da agência "parecem estar ditadas mais pelos artigos dos jornais do que pela realidade"

O primeiro-ministro Silvio Berlusconi (D) e o chefe da diplomacia Franco Frattini discutem a situação financeira italiana (Alberto Pizzoli/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 20 de setembro de 2011 às 16h54.

Milão - O governo italiano denunciou nesta terça-feira a decisão da agência Standard and Poor's de rebaixar a nota da Itália, por considerar que se trata de uma avaliação "falseada por considerações políticas", uma acusação que foi rebatida pela agência.

"As avaliações da S&P parecem estar ditadas mais pelos artigos dos jornais do que pela realidade, e parecem estar falseadas por considerações políticas", afirma o governo de Silvio Berlusconi em um comunicado.

A agência de classificação financeira Standard and Poor's anunciou na segunda-feira o rebaixamento de um grau da nota da Itália, em consequência das frágeis perspectivas de crescimento, que devem complicar a redução do déficit e da dívida, e da fragilidade da maioria de Silvio Berlusconi.

A nota da dívida a longo prazo caiu de "A+" para "A" e a de curto prazo passou de "A-1+" para "A-1", com perspectiva negativa para ambas.

A agência respondeu ao governo italiano afirmando que sua decisão era "apolítica".

Em um comunicado, a SP afirma que sua avaliação é baseada "em análises independentes e detalhados das perspectivas econômicas e orçamentários da Itália".

O rebaixamento foi mais um golpe para a já fragilizada Eurozona, em plena negociação entre o governo de Atenas e seus credores para evitar a suspensão de pagamentos da Grécia.

"Seguimos sem ver soluções aos problemas do endividamento europeu, que poderá ser transmitido da Grécia para outros países, como Itália", afirmou a analista da Mizuho Securities, Yukata Miura.

Frente a seu endividamento de 1,9 bilhão de euros, equivalente a 120% de seu Produto Interno Bruto (PIB), a Itália adotou na semana passada um draconiano plano de austeridade de 54,2 bilhões de euros, com o objetivo de reduzir o déficit orçamentário até 2013.

O plano, no entanto, não convenceu. "A Itália deveria preocupar-se mais em estimular seu crescimento, aprovando por exemplo a liberalização de certas profissões e possibilitando um mercado de trabalho mais flexível", disseram analistas do Barclays Capital.

As bolsas haviam antecipado o rebaixamento da nota italiana e por isso o mercado acionário manteve-se em alta nesta terça-feira tanto nos EUA quanto na Europa.

Segundo os economistas, o destino da Itália está vinculado aos rumos da economia grega, cuja dívida atingirá 189% do PIB em 2012, segundo o FMI, contra 172% em junho de 2011.

"Uma nova recapitalização dos bancos europeus será provavelmente necessária devido à agravação da crise da dívida", disse o comissário do FMI, Joaquin Almunia, em coletiva de imprensa nesta terça-feira.

* Matéria atualizada às 16h54

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Milão - O governo italiano denunciou nesta terça-feira a decisão da agência Standard and Poor's de rebaixar a nota da Itália, por considerar que se trata de uma avaliação "falseada por considerações políticas", uma acusação que foi rebatida pela agência.

"As avaliações da S&P parecem estar ditadas mais pelos artigos dos jornais do que pela realidade, e parecem estar falseadas por considerações políticas", afirma o governo de Silvio Berlusconi em um comunicado.

A agência de classificação financeira Standard and Poor's anunciou na segunda-feira o rebaixamento de um grau da nota da Itália, em consequência das frágeis perspectivas de crescimento, que devem complicar a redução do déficit e da dívida, e da fragilidade da maioria de Silvio Berlusconi.

A nota da dívida a longo prazo caiu de "A+" para "A" e a de curto prazo passou de "A-1+" para "A-1", com perspectiva negativa para ambas.

A agência respondeu ao governo italiano afirmando que sua decisão era "apolítica".

Em um comunicado, a SP afirma que sua avaliação é baseada "em análises independentes e detalhados das perspectivas econômicas e orçamentários da Itália".

O rebaixamento foi mais um golpe para a já fragilizada Eurozona, em plena negociação entre o governo de Atenas e seus credores para evitar a suspensão de pagamentos da Grécia.

"Seguimos sem ver soluções aos problemas do endividamento europeu, que poderá ser transmitido da Grécia para outros países, como Itália", afirmou a analista da Mizuho Securities, Yukata Miura.

Frente a seu endividamento de 1,9 bilhão de euros, equivalente a 120% de seu Produto Interno Bruto (PIB), a Itália adotou na semana passada um draconiano plano de austeridade de 54,2 bilhões de euros, com o objetivo de reduzir o déficit orçamentário até 2013.

O plano, no entanto, não convenceu. "A Itália deveria preocupar-se mais em estimular seu crescimento, aprovando por exemplo a liberalização de certas profissões e possibilitando um mercado de trabalho mais flexível", disseram analistas do Barclays Capital.

As bolsas haviam antecipado o rebaixamento da nota italiana e por isso o mercado acionário manteve-se em alta nesta terça-feira tanto nos EUA quanto na Europa.

Segundo os economistas, o destino da Itália está vinculado aos rumos da economia grega, cuja dívida atingirá 189% do PIB em 2012, segundo o FMI, contra 172% em junho de 2011.

"Uma nova recapitalização dos bancos europeus será provavelmente necessária devido à agravação da crise da dívida", disse o comissário do FMI, Joaquin Almunia, em coletiva de imprensa nesta terça-feira.

* Matéria atualizada às 16h54

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