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Israel prende palestino suspeito de matar mulher israelense

Apesar da comoção provocada pelo assassinato de Dafna Meir, Israel recebeu duras críticas dos Estados Unidos e da União Europeia por sua política de colonização


	Violência: meios de comunicação israelenses e palestinos identificaram o suspeito como um palestino de 15 ou 16 anos
 (Mohamad Torokman / Reuters)

Violência: meios de comunicação israelenses e palestinos identificaram o suspeito como um palestino de 15 ou 16 anos (Mohamad Torokman / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 19 de janeiro de 2016 às 13h45.

Israel deteve um adolescente palestino suspeito de ter matado uma israelense mãe de seis filhos na Cisjordânia ocupada, um assassinato que comoveu os israelenses e levou ao fechamento temporário das colônias a milhares de palestinos que trabalham nelas.

Ao mesmo tempo, e apesar da comoção provocada pelo assassinato de Dafna Meir, Israel recebeu duras críticas dos Estados Unidos e da União Europeia por sua política de colonização.

Dafna Meir, enfermeira de 38 anos, morreu esfaqueada na presença de alguns de seus seis filhos em casa, na colônia de Otniel, no domingo.

A comoção diante deste assassinato foi ampliada após o registro de outra agressão a faca na segunda-feira contra uma mulher grávida em uma colônia judaica.

O autor desta agressão, um adolescente de 17 anos, foi ferido e detido.

As forças israelenses levaram menos de 36 horas para deter o suposto autor do ataque contra Meier.

Um vídeo divulgado pelo exército israelense mostrou a operação noturna de detenção do adolescente palestino, preso enquanto dormia.

Os meios de comunicação israelenses e palestinos identificaram o suspeito como um palestino de 15 ou 16 anos originário de Beit Amra, a alguns quilômetros de Otniel.

"Não tem relação com isso", disse Khader, tio do suspeito, em declarações à AFP. "É um menino, não pode ter feito isso", insistiu Khader.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, não esperou o fim da investigação para anunciar, durante uma visita a Otniel, que a casa do autor do assassinato será destruída.

Espiral de violência

Desde 1º de outubro, Cisjordânia, Jerusalém e Israel estão mergulhados em uma espiral de violência no qual já morreram 155 palestinos e 24 israelenses, além de um americano e um etíope.

A maioria dos palestinos morreu quando tentava atacar a faca militares e civis israelenses.

Outros foram mortos a tiros em confrontos com as forças de segurança e alguns foram vítimas de ataques de colonos.

A maioria dos palestinos mortos, autores ou supostos autores de ataques a faca, são em sua maioria jovens e inclusive muito jovens.

Os ataques de domingo e segunda-feira se incluem nesta rotina diária, mas até agora a violência não havia ultrapassado as portas das colônias israelenses, estas cidades ou localidades implantadas nos territórios palestinos ocupados por Israel desde 1967.

A morte de Dafna Meir aumenta os temores de que, dentre os milhares de palestinos que entram todos os dias nas colônias, alguns sigam o exemplo do agressor.

O exército decidiu fechar o acesso das colônias aos trabalhadores palestinos, ao menos nesta terça-feira, com exceção das zonas de atividade econômica.

Um total de 400.000 colonos israelenses estão nos territórios ocupados, onde vivem 2,5 milhões de palestinos.

Além disso, 26.000 palestinos trabalham nas colônias.

O exército não quer aumentar a tensão punindo coletivamente os 120.000 palestinos que trabalham seja nas colônias ou em Israel.

"O toque de recolher ou a proibição de circulação seriam graves erros, contrários aos interesses israelenses", afirmou na segunda-feira o chefe de estado-maior israelense, Gadi Eisenkot.

Mas o impacto da morte de Dafna Meir não protege Israel das críticas da União Europeia e dos Estados Unidos sobre a colonização, considerada um grande obstáculo à criação de um Estado palestino e a um processo de paz.

Críticas dos EUA

Na segunda-feira, Dan Shapiro, embaixador dos Estados Unidos, principal aliado de Israel, fez duras críticas à colonização, dizendo que tinha a impressão de que em Israel havia duas justiças, "uma para os israelenses e outra para os palestinos".

A União Europeia, por sua vez, reafirmou que todos os acordos com Israel estipulam "explicitamente e sem equívocos que não se aplicam aos territórios ocupados".

O governo israelense reagiu indignado dizendo que a atual situação se deve ao ódio gerado pela Autoridade Palestina.

"É hora de a comunidade internacional acabar com a hipocrisia", disse Netanyahu.

Texto atualizado às 14h45.

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