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Israel, Jordânia e ANP construirão aqueduto até Mar Vermelho

Israel, Jordânia e a Autoridade Nacional Palestina construirão um aqueduto a partir do Mar Vermelho para abastecer de água o Mar Morto

Turista flutua no Mar Morto: aqueduto será um grande encanamento de 180 quilômetros e conectará os dois mares (Wikimedia Commons)
DR

Da Redação

Publicado em 10 de dezembro de 2013 às 10h23.

Jerusalém - Israel , Jordânia e a Autoridade Nacional Palestina (ANP) construirão um aqueduto a partir do Mar Vermelho para abastecer de água o Mar Morto, recuperando um projeto no qual as três partes trabalham há duas décadas com a ajuda do Banco Mundial.

O aqueduto será um grande encanamento de 180 quilômetros e conectará os dois mares (embora a rigor o Morto, região mais baixa do planeta, seja um lago). O objetivo é poder suprir a diminuição do nível de água pela grande evaporação, informou nesta terça-feira a imprensa local.

O acordo foi assinado ontem na sede do Banco Mundial em Washington pelo ministro de Energia e Recursos Hídricos israelense, Silvan Shalom; o jordaniano de Águas e Irrigação, Hazem Nasser; e o palestino de Águas, Shaddad Attili.

O jornal israelense 'Yedioth Ahronoth' destacou hoje que o acordo estabelece que o encanamento, pelo qual passarão anualmente 200 milhões de metros cúbicos de água, ficará totalmente em território jordaniano. A solução foi tomada após a taxativa oposição de grupos ambientalistas israelenses.

A alegação era de que a mudança de água salgada pelo vale da Arava, que liga os mares, acabaria poluindo a região e causando graves danos a uma exclusiva zona desértica com ecossistema próprio que não existe em qualquer outro lugar do mundo.

O projeto sairá a concurso público em 2014 a um custo de entre US$ 300 milhões US$ 400 milhões. A expectativa é de que esteja pronto em 2017.

De acordo com um comunicado do Escritório de Imprensa do governo israelense, o projeto inclui, além do aqueduto, uma instalação para a dessalinização de 80 milhões de metros cúbicos de água que estarão na cidade jordaniana de Aqaba. Os outros 100-120 fluirão livremente para o Mar Morto.


Jordânia e Israel dividirão a água dessalinizada em proporções variáveis para irrigar o Sul de ambos os países. Além disso, acertaram que 50 milhões de metros cúbicos do Mar da Galileia, no Norte, serão vendidos ao Reino Hachemita.

'É um acordo histórico que concretiza o sonho de muitos anos (...). Tem uma grande importância diplomática, econômica, estratégica e para o meio ambiental', disse Shalom no comunicado.

A possibilidade de construir o aqueduto começou a ser estudada pouco depois da assinatura dos Acordos de Paz de Oslo entre israelenses e palestinos, em 1993, como um dos projetos sustentáveis para apoiar o processo de reconciliação no Oriente Médio após décadas de guerras.

No entanto, a explosão do conflito Intifada al-Aqsa, em 2000, e a oposição de especialistas em meio ambiente o foram atrasando.

Vários estudos em laboratório advertiram que a mistura de águas pode produzir um efeito devastador na região do Mar Morto. A salinidade do local é seis vezes maior que a do Mediterrâneo.

As águas do Mar Vermelho, disseram os especialistas há alguns anos, podem dissolver as gigantescas estruturas subterrâneas de sal que mantêm de pé todo o ecossistema, e provocar imensas erosões em terra firme.

Além disso, a mistura de águas em uma piscina gerou uma reação química anormal que transformou as águas do Mar Morto em um líquido leitoso esbranquiçado.

Com uma beleza que lembra os mares lunares, a depressão do Mar Morto é uma região rica em recursos naturais e um dos principais depósitos de potássio do mundo.

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Jerusalém - Israel , Jordânia e a Autoridade Nacional Palestina (ANP) construirão um aqueduto a partir do Mar Vermelho para abastecer de água o Mar Morto, recuperando um projeto no qual as três partes trabalham há duas décadas com a ajuda do Banco Mundial.

O aqueduto será um grande encanamento de 180 quilômetros e conectará os dois mares (embora a rigor o Morto, região mais baixa do planeta, seja um lago). O objetivo é poder suprir a diminuição do nível de água pela grande evaporação, informou nesta terça-feira a imprensa local.

O acordo foi assinado ontem na sede do Banco Mundial em Washington pelo ministro de Energia e Recursos Hídricos israelense, Silvan Shalom; o jordaniano de Águas e Irrigação, Hazem Nasser; e o palestino de Águas, Shaddad Attili.

O jornal israelense 'Yedioth Ahronoth' destacou hoje que o acordo estabelece que o encanamento, pelo qual passarão anualmente 200 milhões de metros cúbicos de água, ficará totalmente em território jordaniano. A solução foi tomada após a taxativa oposição de grupos ambientalistas israelenses.

A alegação era de que a mudança de água salgada pelo vale da Arava, que liga os mares, acabaria poluindo a região e causando graves danos a uma exclusiva zona desértica com ecossistema próprio que não existe em qualquer outro lugar do mundo.

O projeto sairá a concurso público em 2014 a um custo de entre US$ 300 milhões US$ 400 milhões. A expectativa é de que esteja pronto em 2017.

De acordo com um comunicado do Escritório de Imprensa do governo israelense, o projeto inclui, além do aqueduto, uma instalação para a dessalinização de 80 milhões de metros cúbicos de água que estarão na cidade jordaniana de Aqaba. Os outros 100-120 fluirão livremente para o Mar Morto.


Jordânia e Israel dividirão a água dessalinizada em proporções variáveis para irrigar o Sul de ambos os países. Além disso, acertaram que 50 milhões de metros cúbicos do Mar da Galileia, no Norte, serão vendidos ao Reino Hachemita.

'É um acordo histórico que concretiza o sonho de muitos anos (...). Tem uma grande importância diplomática, econômica, estratégica e para o meio ambiental', disse Shalom no comunicado.

A possibilidade de construir o aqueduto começou a ser estudada pouco depois da assinatura dos Acordos de Paz de Oslo entre israelenses e palestinos, em 1993, como um dos projetos sustentáveis para apoiar o processo de reconciliação no Oriente Médio após décadas de guerras.

No entanto, a explosão do conflito Intifada al-Aqsa, em 2000, e a oposição de especialistas em meio ambiente o foram atrasando.

Vários estudos em laboratório advertiram que a mistura de águas pode produzir um efeito devastador na região do Mar Morto. A salinidade do local é seis vezes maior que a do Mediterrâneo.

As águas do Mar Vermelho, disseram os especialistas há alguns anos, podem dissolver as gigantescas estruturas subterrâneas de sal que mantêm de pé todo o ecossistema, e provocar imensas erosões em terra firme.

Além disso, a mistura de águas em uma piscina gerou uma reação química anormal que transformou as águas do Mar Morto em um líquido leitoso esbranquiçado.

Com uma beleza que lembra os mares lunares, a depressão do Mar Morto é uma região rica em recursos naturais e um dos principais depósitos de potássio do mundo.

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