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Israel diz que 'fase intensa' de ofensiva em Gaza chega ao fim

Durante toda a noite, porém, aviões bombardearam Khan Yunis, epicentro de combates nas últimas semanas e onde, segundo Israel, liderança local do Hamas se refugia

A assessoria de imprensa do movimento islâmico palestino disse que estes últimos bombardeios noturnos em Gaza deixaram um total de 78 mortos e numerosos feridos (AFP/AFP)

A assessoria de imprensa do movimento islâmico palestino disse que estes últimos bombardeios noturnos em Gaza deixaram um total de 78 mortos e numerosos feridos (AFP/AFP)

Agência o Globo
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Publicado em 16 de janeiro de 2024 às 08h00.

A “fase intensiva” de combates no sul de Gaza “terminará em breve”, disse o ministro da Defesa de Israel, depois de mais de cem dias de guerra que, segundo o Hamas, deixou 24 mil mortos no território palestino. No início da guerra, em outubro, “dissemos claramente que a fase intensiva de operações duraria aproximadamente três meses”, disse o ministro Yoav Gallant na noite desta segunda-feira.

“No norte de Gaza, esta fase está chegando ao fim. No sul, vamos conseguir, e isto vai acabar em breve”, acrescentou. Mas, durante toda a noite, aviões israelenses bombardearam a zona de Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, o epicentro dos combates nas últimas semanas e onde, segundo o Exército do Estado Judeu, a liderança local do Hamas se refugia.

A assessoria de imprensa do movimento islâmico palestino disse que estes últimos bombardeios noturnos em Gaza deixaram um total de 78 mortos e numerosos feridos. Na véspera, o Hamas noticiou a morte de dois reféns israelenses por meio de um vídeo em que uma jovem, também sequestrada pelo grupo, anunciava as mortes.

“Eles morreram nos bombardeios sionistas em Gaza”, afirmou o braço armado do movimento. O exército israelense rejeitou as “mentiras” e denunciou “o uso brutal de reféns inocentes”.

"Risco de fome"

O secretário-geral da ONU, António Guterres, apelou mais uma vez a um cessar-fogo humanitário “imediato” na Faixa de Gaza, que considera necessário para garantir a chegada de ajuda à população e para “facilitar a libertação dos reféns”. A guerra começou com o ataque sem precedentes do Hamas a Israel em 7 de outubro, que matou cerca de 1.140 pessoas, a maioria civis, segundo um balanço da AFP baseado em números oficiais israelenses. Entre os mortos estão mais de 300 soldados.

Os combatentes islâmicos também sequestraram cerca de 250 pessoas. Cem pessoas foram libertadas durante uma trégua em novembro, mas 132 permanecem em Gaza, dos quais 25 morreram, segundo estimativas recentes das autoridades israelenses. A ofensiva do país na Faixa de Gaza deixou cerca de 24.100 mortos, a maioria mulheres e menores, segundo o Ministério da Saúde do Hamas.

O conflito provocou o deslocamento da grande maioria dos 2,4 milhões de habitantes deste pequeno território. Em uma declaração conjunta, a Unicef, o Programa Alimentar Mundial e a OMS alertaram para o “risco de fome” e “epidemias de doenças mortais” em Gaza e apelaram a “mudanças fundamentais” na prestação de ajuda humanitária, incluindo a abertura de novos pontos de entrada, "mais seguro e rápido."

"As crianças não param de ficar doentes. Elas não param de tossir e de ficar resfriadas, suas roupas não são grossas o suficiente para mantê-las aquecidas", disse Raidah Aouad à AFP, no abrigo improvisado de sua família na cidade de Rafah, no extremo sul de Gaza.

Extensão das hostilidades

As hostilidades geradas pela guerra estendem-se para além da Faixa de Gaza. Na segunda-feira, em um subúrbio de Tel Aviv, uma mulher foi morta e 13 pessoas ficaram feridas após serem atropeladas por um veículo, segundo a polícia, que deteve dois suspeitos palestinos.

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