Israel confirma ter atacado Damasco e afirma que alvo era sede do Hezbollah
Horas antes, o governo sírio havia acusado Tel Aviv de uma série de bombardeios
Agência de Notícias
Publicado em 4 de novembro de 2024 às 20h43.
As Forças de Defesa de Israel (FDI) confirmaram nesta segunda-feira que lançaram um ataque na região da capital síria, Damasco, cujo alvo era a sede da inteligência do grupo xiita libanês Hezbollah.
Horas antes, a Síria havia acusado Israel de uma série de bombardeios nos arredores de Damasco, que vem sofrendo vários ataques das forças israelenses nos últimos meses.
De acordo com uma declaração militar israelense, “a sede da inteligência do Hezbollah opera uma filial na Síria, que inclui um sistema para coletar e avaliar” informações.
As FDI acrescentam que esse ataque se soma aos realizados no Líbano, onde bombardeios de grandes proporções começaram no final de setembro e uma incursão terrestre teve início em 1º de outubro, “para prejudicar os recursos de inteligência” do grupo libanês.
Além disso, as FDI afirmam que mataram em Beirute o chefe do setor de inteligência do Hezbollah na Síria, identificado como Mahmoud Mohamed Shahin, bem como o chefe de inteligência do grupo, Hassan Ali al-Zaima.
A agência de notícias oficial da Síria, "Sana", informou que o ataque atingiu “várias posições civis ao sul de Damasco, causando alguns danos materiais”, sem fornecer mais detalhes.
O Observatório Sírio para Direitos Humanos relatou que Israel realizou três bombardeios na área, confirmando que um dos ataques teve como alvo a área em torno de Sayida Zeinab.
Essa região, de maioria xiita, conta com a presença de vários grupos armados, de acordo com a ONG. No caso do Hezbollah, Israel já havia desferido vários golpes contra o grupo dentro da Síria, que se intensificaram desde o início da guerra de Gaza em 7 de outubro de 2023.
Pelo menos cinco pessoas foram mortas na última quinta-feira em um ataque israelense contra supostos centros de comando e armazenamento de armas do Hezbollah na cidade de al-Quseir, no oeste da Síria, perto da fronteira libanesa.
Esses bombardeios geralmente têm como alvo o Hezbollah, a Guarda Revolucionária do Irã e outros grupos pró-iranianos na Síria, aliados ao governo do presidente Bashar al-Assad.