Membro do Exército livre da Síria: proposta pede para regime sírio e oposição iniciarem um diálogo direto (Muzaffar Salman/Reuters)
Da Redação
Publicado em 4 de setembro de 2013 às 13h38.
Bagdá - O primeiro-ministro do Iraque, Nouri al Maliki, apresentou nesta quarta-feira uma iniciativa para pôr fim ao conflito sírio através do cessar-fogo e do diálogo entre a oposição e o regime, medida que possui objetivo de evitar um eventual ataque militar estrangeiro.
Em um discurso televisionado, Maliki assegurou que essa "nova iniciativa" também se apoia na cessação da exportação de armas e do financiamento às partes em conflito, assim como na saída de todos os combatentes estrangeiros que lutam na Síria.
Segundo o chefe do governo iraquiano, a proposta pede ao regime sírio e à oposição iniciar um diálogo direto, com vistas em um governo provisório, e a realizar eleições gerais durante o período de transição.
A iniciativa estipula o estabelecimento de um fundo árabe para financiar a reconstrução da Síria, além de ajudar os refugiados sírios a voltar para suas casas.
Por outra parte, Maliki advertiu sobre os "riscos" de uma possível intervenção militar na Síria, tanto nesse país como nas nações vizinhas, e pediu a todas as partes envolvidas serem "pacientes"
Neste sentido, o primeiro-ministro iraquiano reiterou que o Iraque defende uma solução pacífica na Síria e que se manteve neutro durante os dois anos e meio de conflito.
Antes de encerrar seu discurso, Maliki também pediu aos países árabes não liberarem seus territórios para dirigir um eventual ataque militar contra a Síria e voltou a condenar o uso de armas químicas, independente de quem tenha utilizado. Maliki também rejeitou que o suposto uso de armas químicas seja usado como justificativa para uma intervenção militar na Síria.
A guerra civil na Síria já causou mais de 100 mil mortes no país, assim como aproximadamente 2 milhões de refugiados e 4,2 milhões de deslocados internos, segundo dados da ONU.