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Irã vai produzir urânio enriquecido em setembro de 2011

Produção do combustível enriquecido a 20% preocupa comunidade internacional por medo de Teerã criar um arsenal nuclear

Reator nuclear iraniano: vírus "Stuxnet" afetou cronograma de produção de urânio (Getty Images)

Reator nuclear iraniano: vírus "Stuxnet" afetou cronograma de produção de urânio (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 23 de novembro de 2010 às 11h36.

Teerã - O presidente do organismo de Organização Iraniana de Energia Atômica (OIEA), Ali Akbar Salehi, anunciou nesta terça-feira que o Irã produzirá urânio enriquecido a 20% "de forma real" a partir de setembro de 2011.

Salehi também desmentiu as informações divulgadas nesta segunda-feira pelo jornal "The Washington Post" de que as centrífugas iranianas tiveram problemas técnicos que atrasaram o programa.

Segundo o jornal americano, "o programa nuclear iraniano passou por graves problemas, incluindo uma oscilação da atividade de milhares de centrífugas de enriquecimento de urânio".

Esses problemas relacionam-se com o vírus Stuxnet, que em setembro deste ano afetou computadores industriais no Irã, acrescentou o jornal.

Salehi ressaltou nesta terça-feira que o vírus não afetou o programa nuclear iraniano e que se trata de uma campanha do Ocidente contra o Irã pela proximidade do reatamento das conversas nucleares, previstas para 5 de dezembro.

"Enviaram um vírus para tentar interromper nosso programa nuclear pacífico, mas estávamos atentos e evitamos que o inimigo alcançasse seus planos e atacasse nosso sistema", declarou o presidente da OIEA à agência de notícias estatal "Irna".

Ele ressaltou que a atividade nuclear segue seu curso normal e que o Irã produzirá urânio enriquecido a 20% para seu reator em Teerã a partir de setembro de 2011.

"A produção de combustível enriquecido a 20% foi uma firme resposta ao Ocidente. O Irã possui atualmente um amplo projeto de trabalho para conseguir urânio a 20%", acrescentou.

Grande parte da comunidade internacional, com os Estados Unidos e Israel como líderes, acusa o Irã de ocultar, sob seu programa nuclear civil, outro de natureza clandestina e com objetivos militares a fim de adquirir um arsenal atômico.

O regime iraniano desprezou, em novembro de 2009, uma proposta para intercambiar urânio enriquecido a 3,5% por combustível nuclear para a fábrica de pesquisa que possui na capital.

Desde então, não houve negociações formais entre ambas as partes. Em fevereiro deste ano, o Irã ignorou as advertências da comunidade internacional e começou a enriquecer urânio a 20%, o que fez com que o Conselho de Segurança da ONU impusesse novas sanções ao país.

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