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Irã reduz reservas de urânio altamente enriquecido

Agência Internacional de Energia Atômica informou que o Irã deixou de enriquecer urânio acima de 5% e reduziu as reservas do combustível


	Sede da AIEA: este era um dos compromissos estipulados com a comunidade internacional em novembro do ano passado pelo Irã
 (Joe Klamar/AFP)

Sede da AIEA: este era um dos compromissos estipulados com a comunidade internacional em novembro do ano passado pelo Irã (Joe Klamar/AFP)

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Da Redação

Publicado em 20 de fevereiro de 2014 às 14h51.

Viena - A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) confirmou nesta quinta-feira que o Irã deixou de enriquecer urânio acima de 5% e, inclusive, reduziu as reservas do combustível, um dos compromissos estipulados com a comunidade internacional em novembro do ano passado para demonstrar que seu programa nuclear não possui finalidade militar.

De acordo com o relatório da AIEA, as reservas de urânio enriquecido a 20% têm 35,4 quilos menos que em janeiro deste ano, embora o Irã continue produzindo o combustível nuclear com pureza de até 5%, permitido pelos acordos de novembro.

A AIEA informa no documento, que a Agência Efe teve acesso, que o Teerã está cumprindo as medidas estipuladas com a comunidade internacional. Contudo, acrescenta que ainda não é possível ter certeza que seu programa atômico seja exclusivamente pacífico.

"As medidas aplicadas pelo Irã e os futuros compromissos que tomou representam um positivo passo adiante, mas ainda fica muito por fazer para resolver todos os assuntos pendentes", reconhece a AIEA em seu relatório.

O urânio enriquecido, um combustível polêmico por seu duplo uso, civil e militar, é um dos pontos principais da disputa sobre o programa nuclear iraniano.

O documento elaborado pela entidade indica que o Teerã já acumula 7.609 quilos de urânio com até 5% de pureza, 454,7 a mais que em janeiro deste ano, e que seguiu processando este material para alimentar suas diferentes instalações nucleares.


Sobre o urânio 20%, a AIEA confirma que os técnicos iranianos suspenderam a produção em 20 de janeiro - quando o acordo entrou em vigor - e que, inclusive, estiveram diluindo parte das reservas que tinham.

Com relação ao reator de água pesada de Arak, outro dos elementos da disputa, a AIEA adverte de que o Irã não cumpriu a exigência do Conselho de Segurança para interromper os trabalhos, mas reconhece que não continuou instalando componentes de importância.

A interrupção dos trabalhos em Arak, no entanto, não foi um dos aspectos estipulados com as grandes potências no acordo interino de seis meses de novembro passado. A polêmica em torno da central se deve a sua capacidade de gerar plutônio, um material que, da mesma forma que o urânio enriquecido a 95%, é suscetível de empregar-se na fabricação de bomba atômica.

O relatório da AIEA lembra que continua esperando informação sobre Parchin, uma base militar na qual os inspetores não podem entrar e que, segundo alguns serviços de inteligência, foi usada para experimentos relacionados ao programa nuclear.

O organismo insiste que não está em posição de facilitar "uma garantia confiável da inexistência de atividades ou materiais não declarados no Irã e, portanto, de concluir que todo o material nuclear no Irã é para atividades pacíficas".

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