Central nuclear iraniana: "Irã faz e continuará a fazer parte dos países que dominam a tecnologia nuclear, incluindo o enriquecimento de urânio", disse Rohani (Majid Asgaripour/AFP)
Da Redação
Publicado em 19 de março de 2014 às 13h05.
Teerã - O Irã não irá abrir mão do controle da tecnologia nuclear, incluindo do enriquecimento de urânio, declarou nesta quarta-feira o presidente Hassan Rohani, em resposta a senadores americanos que afirmam que o Irã não tem nenhum direito inerente ao enriquecimento.
"O Irã faz e continuará a fazer parte dos países que dominam a tecnologia nuclear, incluindo o enriquecimento de urânio. Ninguém deve duvidar. Alguns países e os americanos podem dizer o que quiserem", disse o presidente Rohani durante o Conselho de Ministros, de acordo com a agência IRNA.
Na terça-feira, 83 senadores de um total de 100 escreveram ao presidente Barack Obama para expressar suas condições a qualquer acordo definitivo sobre a questão nuclear iraniana.
Eles argumentam que o Irã "não tem nenhum direito inerente ao enriquecimento de urânio em virtude do Tratado de não proliferação nuclear".
Os senadores pedem o desligamento do reator de água pesada de Arak, capaz de produzir plutônio teoricamente utilizável para a fabricação de armas atômicas, e a realização de inspeções "longas e intrusivas".
O Irã e o grupo 5+1 (Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia, China e Alemanha) estão reunidos em Viena para negociar um acordo global, que visa garantir a natureza pacífica do programa nuclear de Teerã.
Israel e o Ocidente suspeitam que o Irã busca desenvolver armas nucleares sob o disfarce de seu programa nuclear civil, o que Teerã nega veementemente.
Um primeiro acordo de seis meses, que entrou em vigor em janeiro, levou ao levantamento de algumas sanções ocidentais em troca da paralisação de determinadas atividades nucleares sensíveis.
Embora tenha recusado comprometer o seu programa nuclear, Rohani declarou que o Irã está pronto para ser mais transparente sobre o seu programa.
"Nós não queremos criar ansiedade entre os outros" sobre o programa nuclear, disse, garantindo ser possível chegar a um acordo "em seis meses".