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Irã espera concluir acordo nuclear em um ano

Segundo ministro das Relações Exteriores, país fixaram como objetivo fechar um acordo sobre o programa nuclear de Teerã no prazo de um ano

Hassan Rohani sorri durante conversa com Josette Sheeran na ONU em 26 de setembro de 2013 (Emmanuel Dunand/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 26 de setembro de 2013 às 22h30.

Nova York - O Irã e as grandes potências fixaram como objetivo fechar um acordo sobre o programa nuclear de Teerã no prazo de um ano, revelou nesta quinta-feira o ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohammad Zarif.

As discussões desta quinta-feira na ONU estabeleceram o objetivo de "alcançar (um acordo), com um pouco de sorte, em um ano", declarou Zarif após uma reunião sem precedentes com seus homólogos das grandes potências, durante a qual concordaram em retomar as negociações, bloqueadas há oito anos, no dia 15 de outubro, em Genebra.

"Pensei que eu estava sendo ambicioso demais, próximo da ingenuidade, mas vi que alguns dos meus colegas eram ainda mais ambiciosos e queriam avançar mais rápido", acrescentou Zarif.

A informação já havia sido divulgada mais cedo pela chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton. Ela participou do encontro na ONU entre o chefe da diplomacia iraniana e seus homólogos de Estados Unidos, China, França, Rússia, Grã-Bretanha - membros permanentes do Conselho de Segurança - e Alemanha sobre o expediente nuclear.

"Foi uma reunião intensa, em uma atmosfera boa, enérgica, e discutimos como avançar com um calendário ambicioso, como obter progressos rapidamente", disse Ashton.

"Concordamos em nos reunir novamente em Genebra, nos dias 15 e 16 de outubro, para prosseguir com a reunião de hoje, com a esperança de fazer avançar" o dossiê nuclear, acrescentou Ashton.

Zarif, que teve um histórico encontro bilateral com o secretário americano de Estado, John Kerry, espera novas reuniões desse tipo para "dar o impulso político necessário e chegar a um acordo".

Kerry qualificou o encontro como "uma mudança de tom e de visão" por parte do Irã, mas advertiu que ainda há "muito trabalho a fazer".


A reunião ocorre em meio à aproximação entre Estados Unidos e Irã - que romperam relações diplomáticas pouco depois da Revolução Islâmica de 1979 - propiciada pelo tom conciliador do novo presidente iraniano, Hassan Rohani, desde sua chegada à presidência em junho passado, e a quem Barack Obama se mostrou aberto.

Rohani garantiu nesta quinta que seu país está comprometido em negociar "de boa-fé" a questão nuclear.

"Estamos completamente preparados para nos comprometer com um processo, visando a um acordo mútuo e negociado, e vamos fazer isso de boa-fé", disse o líder iraniano no Council on Foreign Relations, em Manhattan.

Irã diz que Israel deve aderir ao Tratado de Não-Proliferação Nuclear

Antes do crucial encontro entre Kerry e Zarif, o presidente iraniano, cujo país é acusado pelas potências ocidentais de querer se dotar de uma arma atômica, convocou Israel a assinar o Tratado de Não-Proliferação Nuclear. Com isso, Rohani espera que seja submetida ao controle internacional a bomba atômica que, em tese, o Estado hebreu possui.

"Enquanto houver armas nucleares, o risco de seu uso, ameaça de uso e proliferação existirão. A única garantia absoluta é a eliminação total", afirmou Rohani, durante a reunião sobre desarmamento no âmbito da Assembleia Geral da ONU em Nova York.

"Quase quatro décadas de esforços internacionais para estabelecer uma zona livre de armas nucleares no Oriente Médio lamentavelmente fracassaram. Israel, o único não signatário do Tratado de Não-Proliferação, deve somar-se a ele sem mais demora", insistiu.

Israel nunca confirmou, ou desmentiu, as abertas suspeitas que o mundo tem a respeito de seu arsenal nuclear. O Tratado de Não-Proliferação exige que os países signatários se submetam ao controle da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

Estados Unidos e outras potências ocidentais suspeitam que Teerã utiliza seu programa nuclear civil como fachada para obter uma bomba atômica, o que o Irã nega. Temem também que, em médio prazo, o Irã consiga enriquecer urânio suficiente para produzir a bomba atômica.

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As discussões desta quinta-feira na ONU estabeleceram o objetivo de "alcançar (um acordo), com um pouco de sorte, em um ano", declarou Zarif após uma reunião sem precedentes com seus homólogos das grandes potências, durante a qual concordaram em retomar as negociações, bloqueadas há oito anos, no dia 15 de outubro, em Genebra.

"Pensei que eu estava sendo ambicioso demais, próximo da ingenuidade, mas vi que alguns dos meus colegas eram ainda mais ambiciosos e queriam avançar mais rápido", acrescentou Zarif.

A informação já havia sido divulgada mais cedo pela chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton. Ela participou do encontro na ONU entre o chefe da diplomacia iraniana e seus homólogos de Estados Unidos, China, França, Rússia, Grã-Bretanha - membros permanentes do Conselho de Segurança - e Alemanha sobre o expediente nuclear.

"Foi uma reunião intensa, em uma atmosfera boa, enérgica, e discutimos como avançar com um calendário ambicioso, como obter progressos rapidamente", disse Ashton.

"Concordamos em nos reunir novamente em Genebra, nos dias 15 e 16 de outubro, para prosseguir com a reunião de hoje, com a esperança de fazer avançar" o dossiê nuclear, acrescentou Ashton.

Zarif, que teve um histórico encontro bilateral com o secretário americano de Estado, John Kerry, espera novas reuniões desse tipo para "dar o impulso político necessário e chegar a um acordo".

Kerry qualificou o encontro como "uma mudança de tom e de visão" por parte do Irã, mas advertiu que ainda há "muito trabalho a fazer".


A reunião ocorre em meio à aproximação entre Estados Unidos e Irã - que romperam relações diplomáticas pouco depois da Revolução Islâmica de 1979 - propiciada pelo tom conciliador do novo presidente iraniano, Hassan Rohani, desde sua chegada à presidência em junho passado, e a quem Barack Obama se mostrou aberto.

Rohani garantiu nesta quinta que seu país está comprometido em negociar "de boa-fé" a questão nuclear.

"Estamos completamente preparados para nos comprometer com um processo, visando a um acordo mútuo e negociado, e vamos fazer isso de boa-fé", disse o líder iraniano no Council on Foreign Relations, em Manhattan.

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Antes do crucial encontro entre Kerry e Zarif, o presidente iraniano, cujo país é acusado pelas potências ocidentais de querer se dotar de uma arma atômica, convocou Israel a assinar o Tratado de Não-Proliferação Nuclear. Com isso, Rohani espera que seja submetida ao controle internacional a bomba atômica que, em tese, o Estado hebreu possui.

"Enquanto houver armas nucleares, o risco de seu uso, ameaça de uso e proliferação existirão. A única garantia absoluta é a eliminação total", afirmou Rohani, durante a reunião sobre desarmamento no âmbito da Assembleia Geral da ONU em Nova York.

"Quase quatro décadas de esforços internacionais para estabelecer uma zona livre de armas nucleares no Oriente Médio lamentavelmente fracassaram. Israel, o único não signatário do Tratado de Não-Proliferação, deve somar-se a ele sem mais demora", insistiu.

Israel nunca confirmou, ou desmentiu, as abertas suspeitas que o mundo tem a respeito de seu arsenal nuclear. O Tratado de Não-Proliferação exige que os países signatários se submetam ao controle da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

Estados Unidos e outras potências ocidentais suspeitam que Teerã utiliza seu programa nuclear civil como fachada para obter uma bomba atômica, o que o Irã nega. Temem também que, em médio prazo, o Irã consiga enriquecer urânio suficiente para produzir a bomba atômica.

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