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Inundações, tempestades, risco de vida: furacão Ida apavora EUA

No aniversário do Katrina, moradores fogem de Nova Orleans; comércio fechou as portas, aeroportos registraram filas de passageiros e rodovias ficaram engarrafadas

Os moradores deixaram Nova Orleans e outras cidades da Louisiana. (John Moore/Getty Images)

Os moradores deixaram Nova Orleans e outras cidades da Louisiana. (John Moore/Getty Images)

Ivan Padilla

Ivan Padilla

Publicado em 29 de agosto de 2021 às 10h22.

Última atualização em 29 de agosto de 2021 às 16h14.

O furacão Ida, de categoria 4, avançava neste domingo em direção ao estado da Louisiana com ventos máximos de 225 km/hora, o que provocou uma fuga de moradores nesta região do sul dos Estados Unidos, que ainda recorda com tristeza da passagem do Katrina em 2005.

"O centro de Ida deve continuar de deslocando através do norte central do Golfo do México esta manhã, e deve tocar o solo ao longo da costa da Louisiana durante a tarde ou noite", afirmou o Centro Nacional de Furacões (NHC) em seu boletim mais recente.

O furacão vai produzir "tempestades com risco de vida, ventos com danos potencialmente catastróficos e inundações por chuvas", completou o NHC.

Os estabelecimentos comerciais reforçaram a proteção em portas e janelas. Os moradores deixaram Nova Orleans e outras cidades da Louisiana.

Os aeroportos registraram filas de passageiros à espera de voos para deixar o estado, enquanto grandes engarrafamentos dominaram as rodovias de saída da cidade.

"Todos estão assustados porque é o aniversário do Katrina e as pessoas não levaram a sério na época", disse Austin Suriano, que ajudou a reforçar as janelas da loja de conserto de relógios do pai.

Neste domingo a passagem do Katrina completa 16 anos. O furacão devastador inundou 80% de Nova Orleans, deixou 1.800 mortos e provocou bilhões de dólares de prejuízo.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, advertiu que "Ida está se transformando em uma tempestade muito, muito perigosa".

"Tempo não está do nosso lado"

O governador do estado, John Bel Edwards, disse que esta será uma das maiores tempestades a atingir os Estados Unidos desde a década de 1850.

Em Nova Orleans, a prefeita LaToya Cantrell advertiu os moradores que devem levar o furacão Ida a sério. "O tempo não está do nosso lado", declarou no sábado. A tempestade "está crescendo rapidamente, está intensificando".

O sul da Louisiana se prepara para grandes danos e inundações, com chuvas de até 50 cm previstas em alguns pontos, enquanto a tempestade avança pelo Golfo depois de afetar o oeste Cuba.

"A perda de energia elétrica por tempo prolongado é quase certa", afirmou o secretário de Segurança de Nova Orleans, Collin Arnold. "Imploro que levem a tempestade a sério".

Biden anunciou o envio de centenas de agentes para ajudar na emergência, assim como alimentos, água e geradores de energia elétrica.

Abrigos também estão sendo preparados, mas a Louisiana foi um dos estados mais afetados pela pandemia de covid-19, o que levou Biden a pediu o uso de máscaras e adoção de precauções.

O Serviço Meteorológico Nacional prevê uma maré de 3,5 metros em Nova Orleans e de cinco metros ao redor da foz do rio Mississippi quando o furacão tocar o solo.

A categoria 4 é a segunda mais elevada na escala Saffir-Simpson de furacões.

A declaração do estado de emergência na Louisiana, aprovada por Biden, vai destinar recursos federais e ajudará o estado a reforçar as medidas de preparação e resposta às emergências.

O furacão tocou o solo na sexta-feira à noite no oeste de Cuba como categoria 1, com ventos máximos de 128 km/h. A tempestade derrubou árvores, danificou telhados e provocou a queda de postes de energia elétrica.

Aniversário doloroso

As advertências sobre a chegada do furacão Ida inevitavelmente provocam recordações sobre a passagem do Katrina.

"É doloroso pensar que outra tempestade poderosa como o furacão Ida pode tocar o solo neste aniversário", declarou o governador da Louisiana.

A grande diferença é que desde então a cidade fez um grande investimento em um sistema de proteção composto por diques, comportas e bombas.

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