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Inundações arrasam Bálcãs e já deixam 41 mortos

Inundações na Sérvia, Bósnia e Croácia já deixaram 41 mortos, milhares de desabrigados e milionárias perdas materiais


	Cidade de Brcko, na Bósnia: apesar da chuva estar passando, permanece alerta de enchentes
 (Dado Ruvic/Reuters)

Cidade de Brcko, na Bósnia: apesar da chuva estar passando, permanece alerta de enchentes (Dado Ruvic/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 19 de maio de 2014 às 14h36.

Belgrado - Pelo menos 41 mortos, milhares de desabrigados e milionárias perdas materiais: esse é o balanço provisório das inundações na Sérvia, Bósnia e Croácia, onde, apesar de a chuva estar passando, permanece o alerta de enchentes, deslizamentos e surtos de infecção.

"As consequências das inundações são aterrorizantes", declarou nesta segunda-feira o ministro das Relações Exteriores bósnio, Zlatko Lagumdzija, para descrever um panorama de milhares de desabrigados e infraestruturas arrasadas, causado pelo dilúvio que castigou a região durante os últimos cinco dias.

Em algumas regiões da Sérvia foram recolhidos até 170 litros de água por metro quadrado, uma quantidade que, normalmente, é acumulada em um período de três meses. Lá, o número de mortos subiu para 19, após a confirmação de mais duas vítimas na região de Sabac, no oeste.

Sabac e as aldeias de seu entorno, algumas das quais foram evacuadas de emergência hoje, são um ponto estratégico de defesa perante a cheia do Rio Sava, que bateu todos os recordes e é esperado que suba ainda mais nos próximos dias. Os aterros estão sendo reforçados com sacos de areia, já que a força de água rompe os diques em algumas partes.

Em Obrenovac, cidade a cerca de 30 quilômetros da capital, Belgrado, o nível da água superou os três metros de altura, e o governo ordenou a retirada total de seus 25 mil moradores.

"Só pensava em como salvar às crianças, como sair, fugir dali", disse uma mãe de Obrenovac em entrevista à rádio sérvia "Free Europe".

"Fomos resgatados em um barco. Quase não se podia passar pelos pelas vacas e cavalos que flutuavam mortos. Uma catástrofe", disse outra das milhares de desabrigadas.

Em Krupanj, a retirada das águas depois de vários dias cobrindo a cidade deixou imagens de destruição: casas derrubadas e outras cheias de barro até mais de um metro de altura. Várias aldeias do país estão incomunicáveis.

"Os danos são enormes na Sérvia", declarou hoje o ministro de Emergências, Velimir Ilic, que indicou que as primeiras avaliações oficiais dos danos serão conhecidas na quarta-feira.


Embora a chuva esteja diminuindo, e seja esperado tempo bom para os próximos dias, o perigo de enchentes continua sendo alto, além do permanente risco de deslizamentos e que estradas e pontes possam ficar danificadas. Na capital sérvia, Belgrado, as pessoas foram alocadas em escolas, centros esportivos e hotéis.

Sérvia, Croácia e Bósnia lançaram pedidos de ajuda internacional e a ajuda humanitária começou a chegar enviada por organismos como a Organização das Nações Unidas (ONU), a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) e vários países da União Europeia, assim como a Rússia.

O tenista sérvio Novak Djokovic se somou às mostras de solidariedade ao dedicar a seu povo seu troféu no domingo no Masters 1000 de Roma, frente ao espanhol Rafael Nadal.

Na Bósnia, um quarto dos quatro milhões de moradores reside nas regiões mais afetadas e milhares foram retirados. Conforme dados do governo, 100 mil casas ficaram inutilizáveis e um milhão de pessoas está sem acesso a água potável. Números oficiais registram 21 mortos, mas a imprensa garante que essa quantidade é maior.

Hoje, as autoridades alertaram para o risco do surgimento de surtos de febre tifoide e hepatite devido à decomposição dos corpos dos animais e ao aumento das temperaturas.

Algumas pessoas levantaram o alerta de que artefatos dos campos minados durante a guerra há 20 anos poderiam ter sido arrastados a regiões habitadas, e cartazes advertem da presença de minas.

O Rio Sava rompeu hoje os diques de defesa em vários pontos, isolando a região de Odzak, onde várias aldeias estão debaixo d"água.

"A cidade está literalmente destruída", declarou à imprensa Savo Minic, prefeito de Samac, uma das localidades arrasadas.

A situação segue dramática também no leste da Croácia, onde 15 mil pessoas foram retiradas e milhares de soldados, policiais, bombeiros e civis estão fortificando a margem de 180 quilômetros do já transbordado Rio Sava. Uma pessoa morreu e duas estão desaparecidas.

Os especialistas advertem que os diques contra o Sava estão totalmente cobertos de água e vão se romper, uma situação que se agravará pela onda de água que corre desde a Bósnia.

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