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Inglaterra endurece isolamento em meio ao avanço nos casos da covid-19

Aglomerações de mais de seis pessoas estão proibidas na Inglaterra a partir desta segunda-feira, 14. Quem desobedecer a regra pode ser multado em 680 reais

Metrô de Londres: a média diária de casos no Reino Unido chegou a 2.199 na semana passada. É mais que o dobro do visto em junho (Hannah McKa/Reuters)

Metrô de Londres: a média diária de casos no Reino Unido chegou a 2.199 na semana passada. É mais que o dobro do visto em junho (Hannah McKa/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 14 de setembro de 2020 às 06h00.

Última atualização em 14 de setembro de 2020 às 12h42.

Em meio ao aumento nos casos da covid-19, aglomerações de mais de seis pessoas estão proibidas na Inglaterra a partir desta segunda-feira, 14.

A regra vale para pessoas dentro de suas casas, em áreas externas e internas, além de locais como pubs e restaurantes.

O governo do primeiro-ministro conservador Boris Johnson quer multar em 100 libras (680 reais) os furões das novas regras de isolamento social. Quem for pego mais de uma vez desobedecendo a quarentena pode levar uma multa de até 3.200 libras (21.700 reais).

A decisão endurece as regras de isolamento social na Inglaterra, país que adotou uma quarentena frouxa em comparação aos vizinhos europeus no início da pandemia.

Até agora, a polícia inglesa só tinha poderes para interromper aglomerações acima de 30 pessoas. Daqui para frente, a ideia do governo inglês é multar todo indivíduo pego em aglomerações.

“Precisamos agir agora para impedir a propagação do vírus”, disse Johnson a jornalistas. “Estamos simplificando e fortalecendo as regras de contato social, tornando-as mais fáceis de entender e para o polícia para fazer cumprir."

As regras não valem, por ora, para as escolas, que seguem abertas, locais de trabalho, treinos esportivos e funerais.

De acordo com a emissora britânica BBC, a média diária de casos no Reino Unido chegou a 2.199 na semana passada. É mais que o dobro do visto em junho, quando a pandemia estava num estágio mais controlado por lá.

Na época, o Reino Unido registrou médias semanais ao redor de 600 casos por dia. No pico da pandemia, em abril, foram mais de 5.000 casos diários.

Cada país do Reino Unido (Escócia, Inglaterra, Irlanda do Norte e País de Gales) pode definir suas próprias regras para o isolamento social. Na Escócia, por exemplo, até oito pessoas de três casas diferentes podem se reunir. Na Irlanda do Norte, até seis, de duas casas diferentes; no País de Gales, até quatro.

Regras mais duras na Europa

As novas regras de distanciamento social na Inglaterra estão sendo implantadas num momento de avanço da pandemia na Europa, um dos poucos continentes vitoriosos na contenção do vírus no início da pandemia.

Em agosto, Alemanha e Itália tiveram a maior alta diária de novos casos da doença desde abril. Na Espanha, o número de casos diários chegou a 12.183 na última sexta, 11, um recorde no país. Por causa do aumento nos contágios, os europeus estão retomando as medidas de distanciamento social mais restritivas.

No mês passado, a Itália fechou clubes noturnos e passou a exigir o teste RT-PCR, que detecta a presença do novo coronavírus, de todos os viajantes de países como Croácia e Grécia, destinos turísticos procurados, em boa medida, por causa da vida noturna agitada – um dos principais focos de contaminação pelo vírus nesta etapa da pandemia por lá.

Desde meados de julho, partes da Espanha retomaram o lockdown completo na tentativa de debelar surtos descontrolados em regiões como a Catalunha.

Na Alemanha, a saída foi multar em 50 euros (315 reais) quem sair de casa sem máscara, uma medida semelhante à adotada na França, que tornou compulsória a cobertura de boca e nariz em todos os lugares públicos de Paris, uma das regiões mais afetadas nesta segunda onda de contágios pela covid-19.

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