Influencer da extrema-direita britânica é banido do Facebook
Tommy Robinson, fundador do grupo de extrema-direita English Defence League, foi banido das redes sociais por "discurso de ódio"
Gabriela Ruic
Publicado em 26 de fevereiro de 2019 às 10h42.
Última atualização em 26 de fevereiro de 2019 às 10h44.
São Paulo – O britânico Tommy Robinson, fundador do grupo de extrema-direita English Defence League (EDL) e uma estrela nas redes sociais, foi banido do Facebook e do Instagram. Segundo as empresas, a atitude foi tomada com base na política de “discurso de ódio”, que teria sido violada por Robinson, cujo nome real é Stephen Yaxley-Lennon, repetidas vezes.
Agora, o ativista da extrema-direita do Reino Unido terá a sua presença restrita ao YouTube, no qual conta com menos de 300 mil inscritos. Sob a bandeira da liberdade de expressão, Robinson se tornou conhecido mundialmente por postar conteúdos de ataque à imprensa e contra minorias, especialmente os muçulmanos. Em um post específico no Facebook, o britânico chegou a pedir que as pessoas decapitassem seguidores do alcorão, o livro sagrado do islamismo.
“Quando ideias e opiniões ultrapassam barreiras e se tornam um discurso de ódio que pode criar um ambiente de intimidação e exclusão para certos grupos da sociedade – com implicações perigosas na vida real – tomamos ação”, disse o Facebook em nota oficial.
“A página de Tommy Robinson rompeu nossos padrões várias vezes ao postar conteúdo de linguagem desumana e violenta contra muçulmanos. Seu comportamento também violou nossas políticas sobre ódio organizado”. Ainda de acordo com a rede social, Robinson foi notificado em diversas ocasiões e avisado de que poderia ser permanentemente banido.
A EDL foi fundada por Robinson, que tem 36 anos, em 2009 e com forte discurso islamofóbico. Em 2013, contudo, o ativista deixou a organização, alegando preocupações com o aumento da violência da extrema-direita. Desde então vem atuando nas redes sociais, usando as plataformas para espalhar suas mensagens. Robinson se tornou especialmente popular nos Estados Unidos.
Segundo uma investigação do jornal britânico The Guardian, o ativista vem recebendo apoio financeiro de três organizações americanas, além de ter recebido doações financeiras significativas da Austrália e da Rússia.