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Imigrantes pedem ajuda ao papa para acabar com deportações

De acordo com representante de entidade, as deportações já atingiram "um recorde histórico de mais de 2 milhões de pessoas" durante o mandato de Barack Obama

Papa Francisco: imigrantes dos Estados Unidos pedem ajuda do pontífice para não serem deportados dos EUA (Filippo Monteforte/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 11 de janeiro de 2014 às 10h40.

Los Angeles - Várias organizações de imigrantes dos Estados Unidos organizaram nesta sexta-feira um ato, que contou com a presença do arcebispo de Los Angeles, para pedir ao papa Francisco que intervenha para acabar com as deportações e ajude as famílias que estão sendo separadas por essa medida.

O diretor do Conselho de Federações Mexicanas na América do Norte (Cofem), uma das entidades que promoveu o encontro, Francisco Moreno, lembrou que durante o mandato do presidente Barack Obama as deportações já atingiram "um recorde histórico de mais de 2 milhões de pessoas".

"Estão deportando gente inocente, gente trabalhadora, pais e mães de família, crianças e jovens e tentamos por todos os meios impedir essas deportações, especialmente através de uma reforma migratória que, como sabemos, não foi aprovada", disse.

Por essa razão, a Cofem junto com outras organizações como Irmandade Mexicana Transnacional, Estamos Unidos USA e Grupo Sin Papeles, entre outras, iniciaram a campanha que busca o apoio dos católicos americanos que, segundo Moreno, "são 25% da população".

Em uma tentativa de sensibilizar o Vaticano , seis crianças hispânicas leram e entregaram cartas na sede da Catedral de Los Angeles, que pediam que o papa Francisco intervisse pelas famílias que estão sendo separadas pelas deportações.

Em uma das cartas endereçadas ao papa, ao se referir a uma possível deportação de seu pai, o pequeno Mario, de oito anos, mostrou medo e insegurança.


"Não quero que (meu pai) seja mandado para o México, tenho medo de ficar com minhas irmãs e não ter comida", escreveu Mario.

Francisco Moreno garantiu que "esta ação procura chamar a atenção da Igreja Católica, especificamente do Santo Padre, para que de alguma maneira ele" nos ajude "com sua voz poderosa em nível mundial neste problema tão grave que estão sendo as deportações neste país".

O arcebispo de Los Angeles, José Gómez, lembrou sua origem mexicana e destacou que no momento atual a situação dos imigrantes nos Estados Unidos é crucial para a vida do país.

"Nosso debate nacional é realmente um grande confronto pelo espírito e a alma americanos. Para cumprir as leis estamos destruindo famílias. Punindo às crianças pelos erros de seus pais", disse Gómez. "Essa é o triste verdade, uma de cada quatro pessoas que deportamos está sendo retirada de um núcleo familiar", lamentou.

O Senado aprovou em junho do ano passado uma reforma integral do sistema migratório, que inclui um reforço da segurança na fronteira com o México e abre a possibilidade para que mais de 11 milhões de imigrantes ilegais que vivem no país consigam a cidadania americana. Entretanto, a Câmara dos Representantes, de maioria republicana, se opôs a analisar o documento em sua totalidade e prefere um enfoque por partes, o que atrasou sua aprovação definitiva.

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Los Angeles - Várias organizações de imigrantes dos Estados Unidos organizaram nesta sexta-feira um ato, que contou com a presença do arcebispo de Los Angeles, para pedir ao papa Francisco que intervenha para acabar com as deportações e ajude as famílias que estão sendo separadas por essa medida.

O diretor do Conselho de Federações Mexicanas na América do Norte (Cofem), uma das entidades que promoveu o encontro, Francisco Moreno, lembrou que durante o mandato do presidente Barack Obama as deportações já atingiram "um recorde histórico de mais de 2 milhões de pessoas".

"Estão deportando gente inocente, gente trabalhadora, pais e mães de família, crianças e jovens e tentamos por todos os meios impedir essas deportações, especialmente através de uma reforma migratória que, como sabemos, não foi aprovada", disse.

Por essa razão, a Cofem junto com outras organizações como Irmandade Mexicana Transnacional, Estamos Unidos USA e Grupo Sin Papeles, entre outras, iniciaram a campanha que busca o apoio dos católicos americanos que, segundo Moreno, "são 25% da população".

Em uma tentativa de sensibilizar o Vaticano , seis crianças hispânicas leram e entregaram cartas na sede da Catedral de Los Angeles, que pediam que o papa Francisco intervisse pelas famílias que estão sendo separadas pelas deportações.

Em uma das cartas endereçadas ao papa, ao se referir a uma possível deportação de seu pai, o pequeno Mario, de oito anos, mostrou medo e insegurança.


"Não quero que (meu pai) seja mandado para o México, tenho medo de ficar com minhas irmãs e não ter comida", escreveu Mario.

Francisco Moreno garantiu que "esta ação procura chamar a atenção da Igreja Católica, especificamente do Santo Padre, para que de alguma maneira ele" nos ajude "com sua voz poderosa em nível mundial neste problema tão grave que estão sendo as deportações neste país".

O arcebispo de Los Angeles, José Gómez, lembrou sua origem mexicana e destacou que no momento atual a situação dos imigrantes nos Estados Unidos é crucial para a vida do país.

"Nosso debate nacional é realmente um grande confronto pelo espírito e a alma americanos. Para cumprir as leis estamos destruindo famílias. Punindo às crianças pelos erros de seus pais", disse Gómez. "Essa é o triste verdade, uma de cada quatro pessoas que deportamos está sendo retirada de um núcleo familiar", lamentou.

O Senado aprovou em junho do ano passado uma reforma integral do sistema migratório, que inclui um reforço da segurança na fronteira com o México e abre a possibilidade para que mais de 11 milhões de imigrantes ilegais que vivem no país consigam a cidadania americana. Entretanto, a Câmara dos Representantes, de maioria republicana, se opôs a analisar o documento em sua totalidade e prefere um enfoque por partes, o que atrasou sua aprovação definitiva.

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