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Igreja negra nos EUA é queimada e pichada com slogan de Trump

Bombeiros disseram que igreja centenária nos Estados Unidos foi completamente tomada pelas chamas

Igreja Batista no Mississippi: 78% da população da cidade é negra, um eleitorado que não é propenso a votar nos republicanos (Angie Quezada/Delta Daily News/Reuters)

Igreja Batista no Mississippi: 78% da população da cidade é negra, um eleitorado que não é propenso a votar nos republicanos (Angie Quezada/Delta Daily News/Reuters)

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AFP

Publicado em 3 de novembro de 2016 às 07h26.

Última atualização em 3 de novembro de 2016 às 08h05.

A Polícia está investigando o incêndio em uma igreja frequentada pela comunidade negra no Mississippi como um potencial ataque e crime de ódio, depois que o slogan do candidato republicano à presidência dos EUA, Donald Trump, foi pichado em seu exterior.

O prédio queimado na noite de terça-feira, por volta das 21h locais, era a histórica Igreja Batista Missionária Hopewell, em Greenville, cidade de 32.000 habitantes às margens do rio Mississippi.

Não há informações de vítimas.

"A igreja foi vandalizada com as palavras 'Vote Trump' na parte externa", apontou o major Errick Simmons em coletiva de imprensa, descrevendo o incêndio como "um ato odioso e covarde".

Os bombeiros disseram que a igreja centenária foi completamente tomada pelas chamas, e sofreu danos causados pelo calor, pela fumaça e pela água utilizada para apagar o fogo.

De acordo com o chefe dos Bombeiros da cidade, Ruben Brown, "o incêndio foi deflagrado intencionalmente".

As autoridades locais e federais investigam a possibilidade de o incêndio se tratar de um crime de ódio.

"Isso é um ataque direto ao direito de liberdade de culto das pessoas", acrescentou Simmons.

De acordo com o censo local, 78% da população da cidade é negra, um eleitorado que não é propenso a votar nos republicanos.

Já no estado, mais de 59% da população total de quase 3 milhões de habitantes é branca. O estado se inclina majoritariamente por Trump.

A presidente e diretora-executiva do Comitê de Advogados para Direitos Civis sob a Lei, Kristen Clarke, descreveu a igreja como "uma pedra angular dessa comunidade de maioria negra localizada no coração do Delta do Mississipi".

Ela também manifestou sua preocupação com o fato de a igreja ter sido vandalizada tão perto das eleições de 8 de novembro.

"A tóxica retórica da campanha segue ensombreando esse ciclo eleitoral", lamentou.

Uma pessoa era interrogada nesta quarta (2), segundo o chefe de Polícia Delando Wilson, que não deu mais detalhes da investigação, ainda em uma fase preliminar.

As chamas atingiram, particularmente, o santuário da igreja.

Esse tipo de ataque evoca as violentas perseguições sofridas pela comunidade negra nos estados do sul - Mississippi em particular - durante o movimento pelos direitos civis dos anos 1960, liderado por Martin Luther King. Ele acabou assassinado em 1968.

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