Protesto na Eurocâmara contra a le húngara: pressão por mudanças (Georges Gobet/AFP)
Da Redação
Publicado em 7 de fevereiro de 2011 às 16h22.
Bruxelas - A Hungria aceitou, esta segunda-feira, propor emendas à sua polêmica lei de mídia, que ofuscou o começo de sua presidência na União Europeia (UE), anunciou um porta-voz da Comissão Europeia.
"As autoridades húngaras aceitaram enviar à comissão um projeto de emendas possíveis à lei de mídias" na quinta-feira, 10 de fevereiro, anunciou Jonathan Todd, porta-voz da delegada encarregada do assunto, Neelie Kroes.
Esta decisão foi tomada na segunda-feira durante reunião, em Bruxelas, da qual participaram especialistas da Comissão Europeia e do governo húngaro.
Trata-se "de um primeiro passo com vistas a garantir a plena conformidade da lei húngara de mídias com todos os aspectos do direito europeu, inclusive a Carta dos Direitos Fundamentais", destacou o porta-voz.
As críticas à lei húngara de mídias, adotada em dezembro, ofuscaram as primeiras semanas da presidência húngara da UE.
Bruxelas destacava dois problemas maiores com a lei que entrou em vigor em 1º de janeiro.
Por um lado, julgava que a obrigação imposta a todos os meios de comunicação, inclusive os de internet, a se registrar e se mostrar conforme uma série de princípios poderia constituir uma "restrição desproporcional da liberdade de estabelecimento e prestação de serviços" garantida pelo tratado da UE.
Da mesma forma, o executivo comunitário não viu com bons olhos as multas que Budapeste ameaçava impor aos meios audiovisuais, inclusive os blogs, que não ofereçam uma "informação equilibrada".
Este dispositivo poderia violar o direito à liberdade de expressão e informação contemplada na Carta Europeia de Direitos Fundamentais, segundo Bruxelas.
A Hungria se disse disposta a emendar o texto, se for o caso, embora até o presente tenha se negado a aceitar que a lei não era conforme com o direito europeu.