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Hong Kong proíbe ativista Joshua Wong de disputar eleições locais

Autoridades de Hong Kong alegam que o ativista não cumpre todos os requisitos para concorrer nas eleições distritais

Hong Kong: "Defender ou promover a 'autodeterminação' é contrário ao que se requer de um candidato", justificou a justiça eleitoral (Tyrone Siu/Reuters)
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EFE

Publicado em 29 de outubro de 2019 às 11h10.

Hong Kong — O governo de Hong Kong proibiu nesta terça-feira o ativista Joshua Wong, um dos rostos mais conhecidos dos protestos pró-democráticos, a concorrer nas próximas eleições distritais por "defender o direito de promover a autodeterminação" da região.

"O candidato não cumpre os requisitos das leis eleitorais. Defender ou promover a 'autodeterminação' é contrário ao que se requer de um candidato, que é fazer cumprir a Lei Básica (Constituição local) e jurar lealdade à Região Autônoma Especial de Hong Kong", justificou em comunicado a funcionária da justiça eleitoral Laura Aron.

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Em entrevista coletiva após conhecer a decisão, o ativista, de 22 anos, declarou que a proibição "se baseia amplamente" na sua afiliação política ao grupo Demosisto.

"A decisão é claramente motivada politicamente. Todo o mundo saberá que a verdadeira razão é a minha identidade, que é um crime na concepção do governo. Pequim me privou permanentemente do direito de participação institucional", denunciou.

Wong acrescentou que, mesmo que seja preso ou proibido de concorrer, o "compromisso com o movimento pró-democrático em Hong Kong nunca será corroído por Pequim e pelo presidente da China, Xi Jingping".

Segundo o ativista, Pequim exerceu "uma pressão extremamente forte" sobre os oficiais do governo responsáveis por decidir sobre a sua candidatura: "Os funcionários de Hong Kong perderam a neutralidade política", acusou.

Wong será o único candidato que não poderá concorrer às eleições dos conselhos de distrito do dia 24 de novembro, todos os demais foram aceitos.

O jovem ativista ganhou fama pelo protagonismo na "Revolução dos Guarda-Chuvas" em 2014, que buscava obter o sufrágio universal para a eleição do cargo de chefe de governo na ex-colônia britânica.

Desde então, se tornou uma das vozes mais relevantes dentro do movimento pró-democrático da região, que há mais de quatro meses e meio convive com protestos.

A Lei Básica, a Constituição de Hong Kong, estabelece que a região é uma parte inalienável da China, mas garante os direitos e liberdades dos cidadãos locais devido ao princípio conhecido como 'um país, dois sistemas'.

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